A Guerra no Rio? O bom velhinho já nos avisava.
"Rio 40 graus,
Cidade Maravilha
Purgatório da beleza e do caos"
Sem sombra de duvidas, aqui as coisas tomam proporções nacionais. Nem mesmo em Recife, quando a violência é diariamente conduzida pelo programa no rádio e na tv por Cardenô, nada se supera a um evento ocorrido no Rio de Janeiro.
A guerra no Rio tem origens históricas principalmente na Guerra de Canudos, e que foi muito bem apontada no Jornal O GLOBO do dia 13/04/2004. Meu caro Bloggueiro, se moras em outro estado e queres saber um pouco mais sobre a fascinante e vendável violência no Rio, compre essa edição.
Homem primata, capitalismo selvagem... (lembras da musica do Titãs?).
O agravamento das diferenças sociais, junto com a concentração de renda e apoiado por uma política pública que desde a Ditadura Militar agravou os sistemas de ensino, saúde, aliado a uma desigualdade social com falta de perspectivas de trabalho, embrutece qualquer ser humano.
Ah!!! a fascinante favela, do samba, da originalidade, da malandragem cresceu, empobreceu, e os problemas sociais foram se agravando. Aquela imagem do Doutor político que vai na comunidade dar esmolas em troca de votos e em troca da manutenção desse sistema que privilegia a elite começa a demonstrar os terríveis efeitos. Hoje tem o funk, o traficante, o excluído, o desempregado.
Ahh, a vida é bela na década de 70, quando surgem os entorpecentes, a maconha, a cocaína e os jovens dessa elite começam a experimentar os prazeres das drogas e os excluídos a perceberem a rentabilidade econômica e depois o status de ser o gerente, o dono da boca. No filme Cidade de Deus, o diretor, de forma brilhante coloca isso na tela e Zé Pequeno percebe o status.
Os diversos Zé Pequenos, Fernandinhos, Scubbyes, Lulus que existem e tem percebido acabam dominando, matando, morrendo pelo controle pelos COMANDOS, pelo poder que a TV, O canal 4, o radio sempre mostraram, o carro, o computador, a moto, os bens, o consumismo desenfreado.
"A verdade é que nos últimos 20 anos só o tráfico deu emprego para a favela" diz David Zylbersztajn - Ex-presidente da ANP. Pense em dois jovem a busca de um emprego, um diz ser de Botafogo, outro da Rocinha. O preconceito camuflado do patrão vai pensar, o que?? Contratar um favelado?? (na maioria dos casos, um negro). Significa que esse jovem é o alvo de um preconceito cruel e invisível de nossa sociedade dominante.
Contradição essa em que o capitalismo se reforça, a base de seu funcionamento é que poucos terão muito e muitos terão pouco. Alias, acredito que o sistema de cotas não vai resolver.
Ele, sempre ele, o bom velhinho, filósofo, economista Karl Marx já mostrava a dois séculos atrás que as contradições sociais do capitalismo e a constante crise do sistema em função dos diversos elementos e indicadores são matérias primas, base da luta de classes.
Luta de classes, essa teoria de Marx, que nem o BBB-4 escapou ileso. Pelo contrario, ficou evidente no "Reality Show" das celebridades globais. Quem ganhou o premio foi a Babá Cida, mas o BBB-4 reúne no máximo 12 pessoas e os outros milhões de brasileiros excluídos que compram o carnê do Baú, a Revista do BBB, o joguinho da Mega Sena, a esmola do político, o pedinte. Nosso povo é de pedintes.
Pobre Alba da Pastoral, defende a harmonia pura e ingênua entre as diversas camadas sociais, ela não percebe que essa idéia ainda é de esmola. Continua a reforçar a sociedade dos pedintes.
As contradições e preconceitos são os combustíveis da violência. Quando ficava somente entre os pobres, os favelados, quando o mão branca exterminava, estava tudo bem. Mas quando começa a atingir a classe média, a classe alta da Zona Sul que fica impedida de ir a Barra, aí sim!!! O Rio passa a viver a terrível e dramática Guerra da Violência.