quinta-feira, setembro 30, 2004

A Bolsa ou a Vida

Dois fatos 'policiais' foram notícia nesta semana nos principais órgãos de comunicação do Rio. O 'arrastão' no Leblon e a execução pela PM de dois rapazes no Morro da Providência. A repercussão e o espaço que cada um mereceu mostram que, para a nossa impren$a, a bolsa de turistas na zona sul é mais importante do que a vida de jovens negros na zona norte.

Um escândalo. Quem lê jornais ou vê tevê percebe que a cidade está horrorizada com com a barbaridade. O clima descrito é mais ou menos o seguinte. Um grupo de vândalos pivetes, todo negrinhos, atacam turistas indefesos na praia. Onde vamos parar? Cadê a polícia que não protege os cidadãos destes monstrinhos?

Não é a primeira vez que a TV Globo capricha na cobertura de imagens de arrastões na praia em véspera de eleições. Quando César Maia foi eleito prefeito pela primeira vez, causaram providencial frisson na semana do pleito as cenas da turba negra nas areias da zona sul. César, que pode ser tudo mas não é ingrato, logo mandou arrebentar as calçadas de toda a cidade, dando oportunidade para que a os cabos da Net (das organizações Globo) chegassem aos lares cariocas. Tratou também de regularizar a situação jurídica do terreno do Projac, do qual a Globo nunca conseguiu comprovar a propriedade, mas que desde a gestão do Saturnino Braga (1985-1988) tentava obter o 'habite-se' da Prefeitura. O casamento Globo/Maia tem rendido bons frutos para ambas as partes.

O patético governo estadual utiliza este dado da realidade para tentar dizer que o arrastão foi uma ficção, uma armação eleitoral. Esquecem-se de dizer que a manipulação está em fazer tal estardalhaço na semana da eleição, pois, se quisesse, a Globo poderia filmar estas imagens em qualquer outra das 51 semanas do ano; poderia escolher o dia, se segunda ou terça ou domingo. Estes assaltos sempre ocorrem.

No outro lado da cidade, uma cena que também não é inédita, vai parar nos jornais. Polícias fazem uma operação em um morro e, horas depois, saem carregando os corpos de dois "traficantes". Só que desta vez, o reporter fotográfico de O Dia, Carlos Moraes, a bordo do helicóptero da polícia, registrou a ação da PM. Os policiais encurralaram, prenderam e executaram dois jovens (16 e 24 anos). Com exceção de O Dia, que deu destaque ao brilhante trabalho do seu fótografo, toda a mídia tratou como uma caso a mais de abuso policial. A cidade não se escandalizou, não se horrorizou, o Viva Rio não vai fazer passeata contra o assassinato dos negrinhos.

Salta aos olhos a diferença entre os casos. Num os negros são algozes da sociedade e noutro, suas vítimas. Mesmo quando são as vítimas, foram anteriormente condenados como bandidos cuja pena de morte é executada antes de que possam vir a "fazer mal" à sociedade. O Brasil tem uma pirâmide etária pior do que países que estão oficialmente em guerra. Existe um buraco estatístico em jovens homens, de 18 a 30 anos. Colocando uma lupa nestes números vê-se que o que falta são os negros e pobres assassinados nos grandes centros urbanos.

O escândalo, o horror contra o arrastão é a base da ideologia da política de segurança pública que gerou estes números. "Contenha estes bandidos nestes nos seus guetos, extermine-os, mas não permita que eles venham perturbar os cidadãos. Matem esses garotos do morro da Providência, pois temos que defender as bolsas da classe média e dos turistas da zona sul."

Fazer o que?????


Leblon


O que vimos na televisão foi impressionante, o grupo de jovens que atacava turistas na praia do Leblon é uma triste realidade que contrasta com as fotos que coloquei aí em baixo e deixa triste quem realmente ama o Rio. Um reflexo disso foi a reportagem de ontem do RJ TV, onde uma senhora praticamente chorou quando falou do caso.

Não obstante, encontrei na Coletânea Terça ConVerso no Café – 1095 dias de poemas o seguinte poema que talvez não reflita o caso, mas que me chamou muita atenção:

Esmola
Por Múcio Medeiros

Uma esmola, moço, por favor!
Um pedaço de comida!
Pode ser apodrecida,
Pois estou com pé na cova!
Um ovo choco
Ovas de peixe
Caviar
Oca pra eu morar!

Dá esmola?
Ta com medo de ser atacado?
Põe no saco
Ou na sacola de supermecado!

Serve tudo: dólar ou real
Resto de bacalhau
Uma coberta para o frio noturno
Debaixo do viaduto

Uma vagabunda
Pra eu que estou fudido no mundo
Pra eu fuder,
Aceito tudo agradecido
Quem sabe, na próxima,
Encarne um milhonário supernutrido,
Com dentes perfeitos
Estudo dirigido
Uma mesa de Carvalho
Um armário, tapete, bebida
E sobre a mesa, sobretudo,
Comida

terça-feira, setembro 28, 2004

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro


A exuberancia do MAM é impressionante, e ter convivido com esta paisagem durante o Salão do Livro foi um privilégio, digno de ser registrado com o meu olhar sobre essas paisagens que misturam natureza com a engenhosidade do homem, e no caso do MAM, com a arquitetura de Oscar Niemayer.


O Pão de Açucar e um pedaço do MAM


MAM em primeiro plano e ao fundo o Cristo Redentor


Palmeiras do Jardim de Burle Marx e ao fundo os prédios do Centro do Rio


A grandiosidade do Museu de Arte Moderna


As colunas de sustentação do MAM e suas formas geométricas, que fazem o prédio flutuar no ar.


Fico impressionado com tanta beleza das formas Rio - Que cidade!!! Ao fundo o Aeroporto Santos Dumont

segunda-feira, setembro 27, 2004

Deficientes

Imaginem a seguinte cena:

Uma pessoal "normal", com todos os braços e pernas, os cinco sentidos funcionando adequadamente, com o cérebro inteiro em perfeito estado segundo os padrões da Neurociência.

Este ser "normal" é daqueles que passam o dia inteiro sentado num sofá, controle remoto na mão, reduzindo seu contato com o mundo à uma tela de tevê, enquanto ingere mais alguns comes e bebes.

Nesta tela de tevê, o ser "normal" assiste toda a sorte de seres "anormais" - amputados, paraplégicos, tetraplégicos, cegos, paralíticos cerebrais e outos que tais - superando suas limitações, batendo recordes, ganhando ou perdendo medalhas.

Pergunta-se: quem é o deficiente?

p.s.: postado também no Mesa de Boteco.

sábado, setembro 25, 2004

Imagens do 6º Salão do Livro


O Salão do Livro para Crianças e Jovens possibilita encontro com grandes amigos e principalmente grandes imagens. Deixo o caro bloggueiro com alguns de meus cliks:


Crianças sentadas esperando para entrar no Espaço FNLIJ de Leitura.


Imagem do seminário FNLIJ - Temática dos Povos Indígenas


Foto com Daniel Munduruku, Renato Motta e Reynaldo Valinho Alvarez


Aproveito para levar meus alunos ao Salão:
Roger, Luis Carlos e no cantinho Altair lendo na biblioteca FNLIJ.


Daniel Munduruku (autor indigena) e Rosinha Campos (ilustradora pernambucana) - Lançamento do Livro: Histórias que meu povo conta


Eu e meus alunos ouvindo atentamente Rosinha e Daniel.


Uma foto pra posteridade, meus alunos, Daniel, Rosinha e Renato Motta.


Segunda foto pra posteridade, com meus grandes amigos: Daniel Munduruku, Renato Motta e Rosinha Campos.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Casa 15 – Pernambuco no Rio


Pense num evento paralelo ocorrendo em Santa Teresa. Agora pense que o inicio será nesta sexta-feira, as 19 horas com Maracatu, Côco e Embolada legitimamente pernambucana e mais tarde musica indiana.

Agora reflita se no dia seguinte começar um chorinho, com baú das historias e a musica indiana.

E pra finalizar pense que a música será tocada com viola de arame por pessoas qualificadas. Tudo isso pra mostra de trabalhos artísticos de extremo bom gosto.

Agora, o caro blogueiro pare de pensar e conheça a Casa 15 da Rua Andes Belo nos dias 24, 25 e 26 de setembro. A dica é quente e imperdível.
Vejam a programação e o mapa das ladeiras agitadas de Santa;

quarta-feira, setembro 22, 2004

Meios e mios


Não me servem mais os atuais meios de transporte. Cruzo a Av Rio Branco 30 minutos atrasado e uma vontade louca de poder transcender o espaço.

Na verdade, só me serve uma Maquina do Tempo.

Pro atraso queria fazer como o gato gordo, laranja e preguiçoso.
Meios e mios.

Mas não, entro na paranoia do engarrafamento, aproveito pra traçar essas tortas linhas e finalizar com um poema inédito. Nada mal né??

terça-feira, setembro 21, 2004

A arte de andar de moto pelo Rio

Desde que João do Rio escreveu A Alma Encantadora das Ruas (1907), talvez desde antes, flanar pela cidade rende textos e visões maravilhosas da cidade. Sobre duas rodas, sob um capacete que dava outra luz ao sol, pude aproveitar o vento, a temperatura, o verde da serra Grajaú-Jacarepaguá. E lá de cima, a vista da Zona Norte, que, dependendo das condições de temperatura e da qualidade do ar, se estende até Teresópolis, como sinaliza o Dedo de Deus.

Fluí entre carros e buracos pela Teodoro da Silva até perto da Mangueira. Meninos lavavam pára-brisas e motoristas aflitos faziam não com as duas palmas das mãos abertas. Só dez centavos, pediam eufemisticamente. Parado, com ou sem eles ali, eu procurava antever qualquer abordagem nada poética de todos os lados. Meus retrovisores me ajudavam na função: Flanar pelos dias de hoje requer cuidado.

Cheguei quase naturalmente à Praça XI. Turistas tiravam fotos da Passarela do Samba. Qual visão eles devem ter do carnaval?

Tomara que um dos bons escritores dos dias de hoje, como Joaquim Ferreira dos Santos, Paulo Lins ou tantos outros, escrevam um dia sobre a arte de andar de moto pelo Rio.

domingo, setembro 19, 2004

No Salão de Livros


Desde quinta, foi inaugurado o VI Salão do Livro para Crianças e Jovens no Galpão das Artes do MAN, aqui no Rio.

Com certeza a FNLIJ está promovendo o incentivo a leitura e pra variar, estou trabalhando na produção do evento.

Esse ano o Salão está homenageando a escritora e autora Lygia Bojunga. Para o público em geral, a diversão é garantida, o encontro com autores e ilustradores a todo o momento - A programação está no site do Salão - e os espaços de leitura, biblioteca e os estandes com venda de livros completam o cenário colorido e divertido do Salão.

Se o caro blogueiro ficou interessado, minha dica é o encontro com os escritores Daniel Munduruku, Pedro Bial, Rosinha Campos, Antonio Calonne, Ailton Krenak, dentre outros. De certo modo o salão este ano está também premiando alguns povos indígenas com concursos literários.

Uma coisa é certa diversão é garantida, inclusive pra mim.

sábado, setembro 18, 2004

Parabéns Mecão


quarta-feira, setembro 15, 2004

Festival de Música de Botequim

É o Femusquim, e já está em sua oitava edição, em Vitória. Quer saber o que é? Veja o que conta o Rodrigo Cerqueira no Monóptico. Saúde.


segunda-feira, setembro 13, 2004

Detalhes tão pequenos de nós dois:



Detalhe 1: Observando o designer desta Babilônia - percebi que a bandeira do Brasil que está no post - mais parece um anuncio do MV-Brasil. Por favor, não confundam este blogue com o reacionário grupo neo-integralista (facistas tupiniquins).

Detalhe 2: Nesta segunda-feira ensolarada, dentro do agitado centro nervoso da cidade do Rio de Janeiro - meu peito desejava passar a tarde inteira na Ilha de Paquetá, andar de bicileta, caiaque, e depois ver o por do sol de dentro da Baia de Guanabara.

domingo, setembro 12, 2004

Correndo Perigo


Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2004 - Neste dia passei bem perto do perigo, mas fique tranqüilo caríssimo bloggueiro, não foi um tiroteio no Complexo do Morro dos Macacos! Definitivamente não!

Ontem passei pela Praça Presidente Kenedy que fica bem em frente a embaixada dos EUA no Rio de Janeiro. De cara, vi dos desenhos no chão – como se tivesse morrido dois cadáveres ali e com o seguinte slogan: Bush, assassino!

Só pro caro leitor ter uma noção do perigo que passei, na sexta-feira foram detidos 2 tanzâninanos no Aeroporto Internacional Tom Jobim com fotografias do Citybank e do referido prédio diplomático, com anotações sobre segurança e sobre possíveis ângulos para um fulminante ataque bombástico - literalmente.

Mas constate o ridículo da situação. Pleno sábado ensolarado, com centro da cidade praticamente deserto, foram destacados dois carros patrulhas da Polícia Militar que ficaram de plantão na porta frontal e lateral do prédio. O objetivo era o de se evitar qualquer dano moral ou material ao território Ianque, aqui no nosso sub-desenvolvido país.

Não resisti e me dirigi aos homens da lei - protagonizando uma peculiar cena carioca bem aos moldes de Anselmo Góes em sua coluna diária no Jornal O Globo -
- Já passou algum Talibã por aqui?- Depois de alguns segundos de silêncio, um dos policiais me responde com uma risada, que resolveu retrucar no mesmo espírito cômico.
- Não, ainda não, mas fique tranqüilo que daqui a pouco eles vão passar!! O que me fez rir também.

Desse episódio tiro duas conclusões:
  • a primeira foi minha sorte de falar com um policial bem humorado
  • a segunda foi de constatar que a neurose do terrorismo, mesmo que meio tímida, chegou ao lado de baixo do Equador, aqui no Brasil.
  • quarta-feira, setembro 08, 2004

    Cabo eleitoral


    Horário político gratuito. Minha sobrinha de cinco anos brinca em frente à tevê, enquanto a ladainha rola solta. De repente, ela pára e diz: "Eu já sei em quem eu vou votar". Minha mãe pergunta: "É mesmo? E em quem você vai votar?" E ela: "Eu vou votar em quem faz o Rio crescer - César Maia e Paulo Cerri".

    Malditos marqueteiros políticos!

    terça-feira, setembro 07, 2004

    Dia da Independência?



    7 de setembro de 1822, data comemorativa de nossa Independência da Metropole portuguesa que sugava todas as nossas riquezas coloniais (ciclos do açucar e do ouro respectivamente).

    Alias, uma independência esquisita que não teve guerra, até porque a Real Família Portuguesa já residia na Cidade Maravilhosa, fugindo do exército Napoleônico.
    Vá lá, se naquele dia não tivessemos que contrair tão estimada dívida monetária com a Inglaterra para pagar a nossa Metrópole, que por sua vez tinha uma mesma dívida com a Inglaterra pelo bloqueio marítimo à França.

    182 anos depois, apesar de nossa dependência econômica ao mercado internacional, o saldo é positivo:
  • Temos uma capacidade enorme de jogar futebol muito bem
  • Temos uma cultura variadíssima
  • Um hino de independencia lindo e principalmente um feriado na terça feira (que geralmente enforcamos a segunda-feira):

    HINO DA INDEPENDÊNCIA
    Letra: Evaristo da Veiga
    Música: D. Pedro I

    Já podeis, da Pátria filhos,
    Ver contente a mãe gentil;
    Já raiou a liberdade
    No horizonte do Brasil.

    Brava gente brasileira!
    Longe vá... temor servil:
    Ou ficar a pátria livre
    Ou morrer pelo Brasil.

    Os grilhões que nos forjava
    Da perfídia astuto ardil...
    Zombou deles o Brasil.

    Brava gente brasileira!
    Longe vá... temor servil:
    Ou ficar a pátria livre
    Ou morrer pelo Brasil.

    Não temais ímpias falanges,
    Que apresentam face hostil;
    Vossos peitos, vossos braços
    São muralhas do Brasil.

    Brava gente brasileira!
    Longe vá... temor servil:
    Ou ficar a pátria livre
    Ou morrer pelo Brasil.

    Parabéns, ó brasileiro,
    Já, com garbo varonil,
    Do universo entre as nações
    Resplandece a do Brasil.

    Brava gente brasileira!
    Longe vá... temor servil:
    Ou ficar a pátria livre
    Ou morrer pelo Brasil.

    PS: Hoje o presidente Lula se se encontra com o Primeiro Ministro de Portugal - e viva as comemorações, oh pá!!!
  • segunda-feira, setembro 06, 2004

    O Chefão



    Há pouco tempo o Rodrigo me recomendou: pegue no vídeo O poderoso chefão e reveja, aos poucos, a genial trilogia. É grande diversão para quem gosta de cinema. No sábado, de manhã, comecei a ler, despretensiosamente, O chefão, de Mario Puzo. Só parei de noite porque é igualmente maravilhoso. São cinco livros encadernados em um. Em um dia, li o livro 1, que é idêntico ao primeiro filme, e avancei bem no livro dois.

    domingo, setembro 05, 2004

    Maciel Salú e o Terno de Terreiro


    É assim mesmo, ouvir o excelente trabalho de Maciel Salustiano além do composto som de rabecas, agogô, pandeiro e caixa de guerra, temos a possibilidade de viajar pelos meus belos ares olindenses.

    A fome, a sede de cultura, os casarios coloridos de Olinda, as ladeiras que falam, os sons da rua e de olho fechado percorro a multidão espremida no carnaval de Maracatu, Frevo, Troças e a poética Seresta da cidade. Nas sextas ver Mestre Salú tocando na Bodega do Veio com aquela cervejinha gelada e o Zé Pereira dançando freneticamente em cima da caixa de som.

    O turbilhão de imagens e de fragmentos que parecem se confundir em tons e cores desse CD, dessa minha memória que tem o sol no céu, um arco-íris no meio e um cruzeiro fincado no chão. A representação simbólica de uma paroxítona cultural chamada Pernambuco falando para um mundo insano.

    Parabéns Maciel, que bom ter te conhecido e poder ouvi-lo, mesmo que seja nesse distante Rio de Janeiro. Mas veja bem, te aguardo aqui, quando vieres mostrar teu trabalho pro meu povo, que sinceramente vão adorar.

    Na casa de Dona Dá
    (Maciel Salú)

    Chegou a quarta, eu vou embora
    Brinca o boi, na rua da boa hora
    Samba domingo, segunda e terça
    Mas não esqueça quando a quarta chegar

    O samba é bom, o terno é quente
    Vai muita gente pra casa de Dona Dá

    Boi da Gurita Seca e o Marinho
    Tá no caminho junto com Cara de Sapo
    Boi do Cupim e da Macuca
    Não se assuta com o Boizinho Alinhado

    Da Igreja de Guadalupe pra Pitombeira
    Desço a ladeira qua a missa vai começar
    Na Bodaga do Véio tomo uma bicada
    Canto uma marcha e volto de novo a sambar

    O samba é bom, o terno é quente
    Vai muita gente pra casa de Dona Dá

    sábado, setembro 04, 2004

    E nós somos isso?


    Por volta de 130 mil anos atrás, na África, surgia o homo sapiens sapiens, que ficou mundialmente conhecido como "o homem". "O homem" evoluiu desde os primatas primitivos ("símios") ao longo de milhares de anos, compartilhando ainda com eles grande quantidade de características morfológicas, genéticas e de comportamento.

    Distingue-se do resto dos primatas por seu maior volume cranial, menor número de pelos, sua linguagem complexa, por sua capacidade tecnológica e de representação e por sua maior inteligência.

    Reencontro entre o plebeu e a rainha


    Ontem no corte do samba, já completamente inserido na Bateria do G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá, resolvi falar com a Rainha da Bateria que pra minha surpresa me reconheceu.


    Um momento raro onde a realeza resolveu falar com o plebeu.

    Fernando Peixoto produziu algumas fotos do carnaval do grupo B de 2004, (onde a Renascer foi Vice-campeã) publicadas em seu antigo blog - Batuque O Maior Espetáculo da Terra - sobre o Carnaval Carioca.

    Vale a pena conferir essas belas imagens e o que a G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá promete pro carnaval de 2005:

    Enredo: A riqueza da criação em cada canto desse chão





    Fotos de Fernando Peixoto

    sexta-feira, setembro 03, 2004

    Assim assado

    Como elegantemente mostrou o Verissimo no seu último artigo publicado pelo Globo, não é prudente aceitar algumas simplificações sobre a disputa eleitoral americana. Democratas são a esquerda e Republicanos são a direita? Não é bem assim. Um partido é dos ricos outro dos pobres? Não é bem assim. A eleição de Kerry seria melhor para o mundo? Definitivamente, não é bem assim.

    Mas não devemos achar que tudo não é bem assim. Como mostra o blog do César Ceabra, em termos de cafonice e o provincianismo, o americano é assim assado.


    Assim Assado

    Ney Matogrosso

    são duas horas da madrugada de um dia assim assim
    um velho anda de terno velho assim assim
    quando aparece o guarda belo
    quando aparece o guarda belo
    É posto em cena fazendo cena um treco assim
    bem apontado nariz chato assim assim
    Quando aparece a cor do velho
    Quando aparece a cor do velho

    Mas guarda belo não acredita na cor assim
    ele decide o terno velho assim assim
    porque ele quer o velho assado
    porque ele quer o velho assado
    mas mesmo assim o velho morre assim assim
    e o guarda belo é o herói assim assado
    por que é preciso ser assim assado
    por que é preciso ser assim assado

    Vai Flamengo...

    Depois de 28 jogos, apenas 8 vitórias, muito desespero e vários copos de cerveja, dá pra fazer uma análise do Flamengo só de olhar os números. Malditos.

  • Defesa: O Flamengo levou 30 gols é a quinta melhor defesa do campeonato. Significa que podemos ficar tranqüilo? Nada disso. O Fabiano Eller, o melhor zagueiro do time, foi vendido. A zaga anda batendo cabeça. Quem viu o jogo de ontem (eu ouvi) contra o Vitória (Fla 2 X 0) sabe da dor de cabeça que ainda vamos ter. Isto posto, acho que o Da Silva deve continuar no meio campo, justamente para reforçar a defesa.

    Gols sofridos:
    1) Palmeiras e São Caetano: 25 gols
    3) Atlético: 28
    4) Coritiba: 29
    5) Flamengo e São Paulo: 30


  • Ataque: O Flamengo tem o segundo pior ataque da competição, com 26 gols. Pior que a gente só o Guarani, com 22. Significa que devemos nos desesperar? Acho que não. O Dimba estreou no dia 4 de agosto, na derrota de 1 x 0 para o Coritiba. Um mês depois, ele já é o artilheiro do time no Brasileiro com 5 gols. Com a seqüência de jogos, a tendência é que o aproveitamento melhore já que ganhará maior condicionamento físico e maior entrosamento com o time.

    Artilheiros do Flamengo no Brasileiro:
    Dimba: 5 gols
    Roger e Negreiros: 3
    Ibson, Whelliton e Júnior Baiano: 2
    André Bahia, Jean, Jônatas, Juliano, Marcelo, Rafael, Rafael Gaúcho, Reinaldo e Zinho: 1


  • Meio de campo: Na minha opinião, este é o setor mais delicado para acertar por causa do Felipe. O Ricardo Gomes deveria dar atenção especial ao jogador. Onde, afinal, rende mais o nosso camisa 10? No ataque, como um falso ponta? No meio, mais recuado? No meio, solto, mais avançado? Ibson, Júnior e Zinho jogando juntos deixam espaço para mais um jogador no meio: Da Silva ou Felipe?

  • Minha opinião: Eu colocaria o Felipe como um falso atacante, completamente solto. Para isso, o meio de campo teria que participar mais, dividir com o Dimba a responsabilidade de fazer gols. Os laterais também. O Roger é o segundo maior goleador do time. E o meio? O problema passa a ser o seguinte: com o Felipe no ataque, quem armará as jogadas? Ninguém. Além dele, não temos um quarto homem de meio campo de qualidade. De vez em quando o Felipe terá que recuar ms não pode ter essa obrigação. Ele deve flutuar sempre ou será anulado.

    Para armar e suprir a falta do quarto homem, é preciso ter a presença pelo menos de um e com freqüência de dois homens do meio no ataque (revezando-se Zinho, Ibson e Júnior. O Ricardo Gomes deveria fazer um teste com o Jean no meio. Ele marca, ataca, é veloz pra caramba, e faz boas jogadas pelo fundo). E ainda contar com as subidas dos laterais, sobretudo pela esquerda. Para isso, manteria o Da Silva para dar seus bicos na cabeça de área. Resumindo: primeiro tem que acertar a posição do Felipe. Depois, as posições dos outros homens do meio e do avanço dos laterais. Tudo isso sem deixar a defesa vulnerável.

    Fácil, né? Não é, eu sei. Mas contamos com o apoio de São Judas Tadeu, que continua com muito trabalho para ajudar o Flamengo. O pior é que os maiores problemas estão fora de campo. E não tem esquema tático que dê jeito.
  • Circulando.com


    Um olhar diferente do normal, no circulando.com acabou nos listando (Cláudio e Renato Motta) dentre uma série de blogues de peso, com uma lampada... de idéias...
    Valeu mesmo!!!!

    quinta-feira, setembro 02, 2004

    Olga - O Filme




    Quarta vi o filme, no centro da cidade do Rio no Palácio. A impressão que tive foi grande, primeiro a fila fora do cinema - quase lotando os 800 lugares desta bela e antiga sala de projeção.

    A segunda foi o filme, pela sensibilidade e pela consrução cuidadosa de ser fiel ao livro de Fernando Moraes.

    A terceira, foram os dados históricos e as constantes ambientações (a única coisa contra é ver alemão e russo falando português e vez em quando ver russos falando o russo e germanicos falando alemão)

    Tirando essa dificuldade linguistica, a construção foi perfeita, prum filme todo rodado no Brasil.

    Uma obra de arte, que me comoveu na hora do hino da Internacional em Russo. Valeu, valeu mesmo, recomendo a todos.

    CONSIDERAÇÕES:
  • Getulio Vargas e Felinto Muller, muito feio o que vocês fizeram, praticamente aliados de Adolf Hitler e a Alemanha Nazista!!! Torturar e matar, além de assasinar Olga Benário Prestes!!!

  • PS2: Porque não colocarm nos creditos que Anita Prestes é professora de história da UFRJ??? Seria a isenção da instituição de ensino da doutora?

  • PS3: final de exibição, silencio na sala durante as considerações finais em silencio - uma vaia para Getulio Vargas e um grito único: "Jandiraaaaa!! (atual candidata a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro pelo PCdoB).

  • PS4: Recomendo, primeiro o livro de Fernando Moraes!!!