quinta-feira, dezembro 27, 2007

As Favelas do Rio - Um Complexo


A encosta do Complexo do Morro dos Macacos está desnunda da floresta inicial.

Ocupada outrora pelos barracões de zinco, hoje são dezenas de barracos de alvenaria criando um verdadeiro caledoscópio colorido de formas e tamanhos.

Quando estamos naquele escaldante sol de um Rio de 40 Graus, as lages são utilizadas pelas crianças e ou adolescentes para soltar pipas e pelas mulheres para o brozeamento. Pois a praia é distante, cerca de uma hora de onibus apinhado de gente.

Os becos são labirintos onde não habita o minotauro, mas sim a possibilidade de se encontrar com os donos do morro. É desta forma desordenada que vão se esgueirando morro acima, trnasformando-na na categoria de Favela - onde a miséria é exposta diante de um grande quadro para quem olha de baixo, do asfalto.

O chão é demarcado pelas ladeiras ora ingrimes, ora suaves fazendo parte do cotidiano dos moradores do morro.

O cheiro é forte, intenso e contrastante. Ora é o cheiro do lixo não recolhido e espalhado na rua, ora do esgoto que desce pelas valas, ora doce - de algum bolo feito pelos doceiro, ou então o odor da padaria comunitária, ora de uma fritura na hora do almoço ou então o cheiro das birosca frquentada pelos moradores.

A paz é uma palavra efêmera e não linear. As vezes a favela pode estar calma, ou agitada, ou perigosa como as ondas e a maré.

Os perigos das favelas são muitos e indescritíveis, as vielas escondem palmo a palmo a possibilidade do juízo - a morte ou o perdão. Um espaço entre o viver e o sobreviver dos diversos perigos que abrigam a favela. De gente que nasce, cresce no interior de uma guerra velada cheia de regras postas, impostas ou rompidas pelo silencio de um estampido oco e brutal que ecoa pela comunidade.

O interior das casas é o que menos importa nesta dinamica da favela - gente humilde lutadora que vai adquirindo o que pode e realizando esporadicamentes desejos de consumo. São nas construções que abrigam uma tenuê solidariedade num misto de invasão de privacidade.

Comunidade... amizade, eis aqui a maior riqueza. As janelas surgem de todos os cantos e todas as direções - dando a sensação de uma grande familia, exposta e se expondo, suas felicidades e suas animosidades. Suas convicções ou suas religiões, sendo impossível determinar onde começa ou termina as fronteiras de uma comunidade.
A Garra!!!! A vontande de lutar!!!


As frestas são onde os espaços da cultura se dialoga, ora o batidão do funk, ora o samba de raiz, ou mesmo um forró estilizado em som alto, ou da pregação das igrejas protestantes. Nesta dinamica repartida entre vira-latas, gatos, gatunos, cães, falcões. O animal e o humano se confundem, se misturam, se protegem, se dilaceram.

Cada dia que se passa numa favela, um misto de dor e alegria, de sobrevier ou de não se ter o que fazer, de comemorar nas festividades de toda a sexta feira. No baile - espaço de diversão e disputa, de luta e morte e a batida caracteristica do funk pesadão, boladão aponta como uma neo-identidade carioca: seja a jovem, o adulto, as poposudas, os bondes, os piranhas, até os meninos.

Em alguns cantos nas subidas do morro, ou no alto têm o comércio dos excluídos dos excluídos. Encontramos aparelhos usados, sofás rasgados, pedaços de bonecas, ou de uma maquina datilográfica recuperada, dando um sustento e dinheiros a algumas vidas que gastam tudo na pinga. A antitese da sobrevivencia e que amanhecem deitados no chão úmido e duro da subida e descida da ladeira.

E é a ladeira que orienta o sustento da prole da favela. Que determina suas fornteiras.

No alto do morro vivem centenas de familías. Retirantes ou não. Incluidas e compartilhada e emaranhada, ocupada sob o olhar de todos, na lógica urbana no Rio de Janeiro.

O Reveillon - 2008


É... Desta vez a SOCABA se divide. Rogério-SP, Everaldo-RJ e Pablito-MG vão para Aracajú se encontrar com Dayse-SE, Paloma-BA e Cia.

Madureira fica por aqui, mas depois parte para Rondonia. Por aqui, virão o casal Bruno e Milena Braga-ES. Nossa idéia é ir para o tradicional palco da Barra da Tijuca.

E o que vai rolar por lá?

Com o tema "Rio Maravilha Nós Gostamos de Você", a Barra da Tijuca vai ter o maior réveillon de todos os tempos, com uma queima de fogos a partir de estrutura montada no Pier.

Às 17h, o bloco Suvaco do Cristo abre a festa com um grande arrastão de folia pela orla.

Apresentação dos conjuntos Trilogia Carioca, Casuarina, a bateria da Portela, os Djs Roger Lyra, Du Serena, Astrix, além do trio londrino de dance music Above & Beyond, que vai fazer a contagem regressiva junto com os integrantes da Portela, numa grande mistura de ritmos.

Na hora da virada, um show de lazer com bolhas de sabão.

É ver para conferir o carnaval do Rio de Janeiro. Esse ano parece que será a Babilônia Completa.

quarta-feira, dezembro 26, 2007


As palafitas do Recife - O cenário


A lama escura dos Afogados e Ilha do Leite não consegue encobrir com sua camada espessa a vida de homens e mulheres que se equilibram em cima de palafitas. São as mais variadas formas, tonalidades e tamanhos. Algumas ensaiam seus sobrados, que na verdade não sobram quase nada em espaço lateral, procurando espichar seus pescoços grossos bem altos, com vistas para o céu.

As ruelas, quase indecifráveis, quase não delineiam e organizam o monte de pobres casarios. Os barracos serpenteiam os estreitos corredores, fazendo-se imitar o serpentear daquela gente, enganando a miséria com dribles desconcertantes diariamente. O chão cheio de areia escura se convida a entrar no interior dos barracos, fazendo parte das intimidades do povo da beira da maré.

O cheiro forte do mangue se reproduz por todas as vilas, por todas as casas, parece impregnar os corpos daquela gente metropolitana. Outros cheiros também estão presentes no cotidiano daquele povo do Recife semi-aquático. Seus lixos, tantas vezes reciclados pela necessidade, encontram sua paz no curto quintal das casas, formando um amontoado perigoso nas subidas da maré.

A mercê dos perigos das telhas e paredes inflamáveis, as palafitas se reproduzem, disputando palmo a palmo com a lama e o mangue um espaço a mais que lhe cresça os cômodos para abrigarem novas gentes que nascem e crescem no interior das frágeis favelas, num movimento quase ininterrupto de vidas produzidas no chão escuro dos barracos dos manguezais.

O espaço interior das casas de madeira e papelão não é nada grande para toda aquela gente humilde que se espreme entre a terra firme e a lama do mangue. As construções se equilibram sobre finos pés de madeiras engalfinhando a lama densa numa união que nem maré cheia consegue entender. Suas janelas não têm direção para nascerem. Ora estão para o quintal do vizinho, ora para um lado comum a todos, formando galerias expondo as misérias alheias, suas felicidades e simplicidades, conjugadas em pequenos pedaços de madeira e papelão.

As frestas entre as tábuas fazem enxergar lá longe o verde do mangue. Um espetáculo a parte: o mangue frondoso, se alimentando dos excrementos de todos, repartindo-os com caranguejo e uma mariscada sempre presente.

Cada dia que se passa a maré se espreme, os casebres se enfeitam de papelões e tábuas magrelas como os moradores, derrubando o mangue e vendo sobreviver a ínfima parte da sociedade recifense. Ínfima a parte, pois a dignidade lhes acompanha quando passam com suas carroças cheias de reciclados, hora para a construção, hora para a alimentação de seus raquíticos meninos.

Lá dentro os casebres exibem uma indumentária rota e necessária: uma lâmpada de 40 vates ao centro, para a economia na conta de luz, um sofá reciclado, uma cama reciclada, uma poltrona reciclada, algumas vidas que se reciclam todos os dias na garantia de sobrevivência. Uma barcarola aguarda amarrada lá no quintal úmido e escuro, subindo e descendo no ritmo da maré.

É ela que complementa o sustento da prole dos vilarejos.

Na beira do mangue vivem centenas de famílias retirantes, abandonadas por muitos e amadas por uns poucos sobre o olhar atento e acalentador das águas do rio.

Sinais de fumaça



Nada contra, nada contra mesmo as novas possibilidades que o Orkut tem nos oferecido.

Agora é um tal de se postar universalmente os desenhos de "Merry Christmas" com anjinhos, arvores e santinhos. Blza sem problema. Mas ainda sou meio tradicional.

Acho muito bacana essa ideia de receber via Empresa de Correio e Telegráfos uma carta real, com selo - endereço de remetente e destinatário.

Aquela que chega lá pro finalzinho da tarde. Os correios hoje são sinonimo de contas, faturas, propagandas bancárias, etc... Mas a carta havia meio que desaparecida. Beleza... Para os amigos mais intimios (e principalmente que me disponibilizaram seus endereços residenciais) enviei cartinhas reais de feliz natal.

Agora fala sério, se tenho um E-MAIL, porque me insistem em deixar informações importantes no meu Orkut?

Porque bem ou mal, até o email está se tornando um espaço de propaganda para futuras contas, propaganda para futura faturas, propagandas bancárias, etc...

Então mandem uma mensagem de fumaça via email. No orkut não. Porque nem sempre posso ficar acessando a Orkutlândia!!!

BabiLônia Irmãossssss

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Daqui a pouco começam as festas


Sim amigos Babilônicos, daqui a pouco começam as festas natalinas - com ceia e tudo mais. Nada mais que um prelúdio do fim do ano.

Mas que nada Renato Motta, se formos pensar bem - é confraterniação do trabalho, almoço do estágio, encontro dos amigos, encontro de fim de ano. E as festas da bateria? Churrasco natalino do elenco da novela "7 pecados", festa do balet de Alice Arja... ou seja o prelúdio já passou a muito tempo.

O negócio é, assim como essa bela imagem, entrar no soro do fim de ano:

Só pra dizer...


Por Delayne Brasil

é um rito, um rio, um grito,
um canto de amor que invade,
lembrando que a vida voa
e, apesar dos pesares,
desafia a lei da gravidade

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Pré-Reveillon na Renascer de Jacarepaguá


É só dar uma olhada na programação que podemos perceber que a última feijoada do ano de 2007 será exelente.

Além das atrações tradicionais do evento, a presença de Arlindo Cruz vai deixar esta feijoada com um gostinho especial. Afinal de contas ele representa a nata do pagode carioca, o bom samba, o samba de roda patrimmônio imaterial do Brasil.

Ou seja, esse evento é imperdível
E como diria Rogerinho (interprete da escola) - A Renascer é só alegria, Graças a Deus

segunda-feira, dezembro 10, 2007

O Ano que ainda não acabou



Ariano é assim... ou sou eu mesmo... sei lá... só sei que meu ano insiste em não acabar.
Consigo uma sobrevida de sofrimeno...
E as minhas férias estão longe de terminar...
vai ser uma emenda só...

Ta certo... quinta prova de arquivos especiais e.. Gestão??? Tomara que não...
Bom, então vamos lá.... vivo esse paradoxo entre a folia de fim de ano... festa regada a cerveja, viagens assim meio de supetão

E ao mesmo tempo, prazos de trabalho, relatórios, horários de estagiário, correndo pra fechar o ano, produzir o balanço... e mergulhar em 2008 cheio de trabalho.

E eu aqui a meia noite e meia....
cantando meus cantigos absurdos no Blog da Babilônia.
Renato... vai dormir... vai dormir...
Zzzzzzzzzzzzzzzz

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Dia Nacional do Samba


Dói na alma saber que não vi. Estive ausente da festa, que a batida forte do tambor, no Baticum e no zirigudum do samba ecoando por toda a cidade. Na cidade do samba, no centro, na Lapa, na Marques de Sapucaí, nas quadras das escolas, no domingo da Central do Brasil tudo era samba.

O trem levou milhares de passageiros-foliões para a estação final, e lavou a alma centenária dos negros fugidos da repressão de um ritmo adjetivo super lativo de vagabundagem no inicio do século XX.

Fazer o que? O domingo cinzento, abrilhantado pelo samba que parou e desceu em Oswaldo Cruz, esteve distante.

Fiquei apenas olhando essa tela de computador e me esforçando a terminar meus trabalhos e obrigações da UNIRIO. Arquivos especiais, MTPA e Gestão. Siglas, nomes e trabalhos. Fica a promessa: Ano que vem estarei no trem do samba. Oxalá se quiserem os deuses.

Afinal de samba... digo... de contas...
Quem não gosta de samba...
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça...
Ou doente do pé...

sábado, dezembro 01, 2007

War in Rio


Achei muito estranho mesmo, quando vi um amigo do movimento estudantil da UFRJ me convidando a participar de uma comunidade no Orkut chamada .

Pensei, o Cinco (Renato) deve ter ficado louco em estar me convidando para participar de uma comunidade desta, principalmente porque sou um pregador incondicional da paz, do entendimento e da sensatez.

Mas a curiosidade realmente me tocou e fui dar uma olhadinha na tal comunidade da guerra no Rio. Achava que era mais uma daquelas campanhas ultra-esquerda de tentar incentivar uma guerra real no Rio de Janeiro (minha cidade maravilhosa que tanto amo)

Mas eis que me deparei com algo inesperado e principalmente genial e inovador. A tal comunidade está relacionada a uma concepção de um projeto ligado ao histórico jogo da Grow - War. Quem aí nunca jogou War? Passando tardes ou até noites e madrugadas
conquistando ou perdendo territórios neste jogo de estratégia.

A versão WAR in RIO é muito semelhante e contou com um estudo que o autor Fabio Lopez, do blog http://www.jogowarinrio.blogspot.com/ assim definiu:

"O principal desafio por trás da criação do tabuleiro foi manter na versão alternativa a mesma dinâmica do jogo original. Para isso, a distribuição dos territórios e as fronteiras estabelecidas entre as favelas do Rio de Janeiro precisavam encontrar paralelos com as divisões existentes no tabuleiro mapa-múndi."

Vejam a imagem dos tabuleiros:


O Rio de Janeiro seria dividido em 5 regiões:


Os exercitos não seriam cores, mas teriam nomes:


Para maiores detalhes, basta visitar o blog do jogo. De fato, pela dinamica e pela lógica é facil entender porque me cadastrei na comunidade do Orkut pedindo:
WAR IN RIO!!! Eu querooooo!!
Babilônia Irmãos!!!!