quinta-feira, maio 28, 2015

É negra a terça...

É negra a terça.
Em Recife tem disso. As noites de terças são negras no Pátio, que de São Pedro ficam públicas e a territorialidade fica marcada.

Foi assim, em meados de 2002 que surgiu a Terça Negra com os ventos das mudanças sociais vindas do Plano Alto com a luta nos corações e nas mentes de finalmente estarmos no poder.

Sinto saudades daquelas terças, daquelas negras. Meu coração era embalado pelo instinto da liberdade e pela vontade de voar, eu era a Terça Negra em essência. Pulava, dançava, bebia beijava nos cantos dos Maracatus, suava nos toques dos Afoxés, cantava com o Reggae, pop, hip hop ou funk.

É negra a terça.
Meu olhar hoje tem o peso do tempo, não é o mesmo, não é a minha terça..
Vejo que sou um elo perdido, não reconheço ninguém na mesma negra terça.

Sou testemunha, deslocada, desfocada, desloucada. Perdi minha loucura da fina flor da juventude, do ser eu pleno. Das irracionalidades centradas no instinto.

O Patio, desta terça começa vazio. Vejo jovens panfletando por uma nova constituinte. Tempos difíceis para eles nesta conjuntura individualista. Ainda são idealistas mas no contexto conservador. Em 1980 era diferente. A constituinte era a espinha engasgada no grito da liberdade. Ela tinha que sair. Hoje eles estão sozinhos.

Os negros e as negras, brancas, pardas, amarelas, diversas diversidades vão chegando e ocupando.

No ar um misto de vento com perfumes, fumaça de cigarro, de cannabis. Estou atento.

Há uma certa tensão no ar, vejo pela reação dos garçons, dos poucos bares que abrem na Terça Negra. Há uma velada apartação, silenciosa, sutil. Há uma silenciosa resistência, um tipo de mina terrestre pronta para desfragmentar, atingir, ferir... Aferição dos limites.

Erês me oferecem bala, chiclete e querem trocados. Oferendas, trocas de amendoim, relógios, brincos, ostras, axé. Recuso todos e capturo tudo pela retina destas palavras.

O show e o som é reggae, tributo da Tribo à Jamaica. Bob teu coração pulsa no centro do Recife. Tu Jah estás aqui. Dou mais uma lapada e vejo minha alma de 2002 pulando freneticamente em meu silêncio e minha solidão de 2015, fui driblado pelo tempo

Sinto saudades. É negra a terça, mas não há Maracatus, nem os Afoxés. Olho para o lampião aceso da parede e reparo a similaridade entre nós. Vivemos tempos distintos. Esta não é a minha Terça Negra, não sou mais o mesmo.

Começa a chover e me vou despedindo do Pátio de São Pedro saio, saudando Bob Marley. O Pátio, a Terça .
Axé!!!

quinta-feira, maio 21, 2015

Flamengo Denorex - Parece mas não é

Bela criação gráfica do pessoal do Bola nas Costas do Globo Esporte que merece ser publicado aqui em nossa Babilônia.

sexta-feira, janeiro 30, 2015

BATUQUES DE PERNAMBUCO - OLINDA - PERNAMBUCO - BRASIL


Atenção Batuqueiros! Os coordenadores do grupo Batuques de Pernambuco oficializaram uma mudança no calendário de ensaios do Carnaval 2015

Agora falta pouco para o inicio da folia. Os próximos ensaios, antes do carnaval, do Grupo Batuques de Pernambuco serão:

  • 31/01 (Sábado) às 17:00 - Praça do Carmo em Olinda
    Arrastão pelas Ladeiras de Olinda.

  • 07/02 - (Sábado) 16:00 Arrastão pelas Ladeiras de Olinda
    Batuqueiros usarão Fantasias Diversas

    Vamos batucar com garra e agitar as ladeiras de Olinda neste período pré carnavalesco.

    Nossa agenda completa do Carnaval 2015 de Pernambuco pode ser conferida.
    CLIQUE AQUI

  • segunda-feira, janeiro 26, 2015

    Carnaval 2015 com SIBA

    Com a aproximação da folia de Momo, e tirando as porcarias musicais que nos tentam empurrar, a Babilônia decreta como hino oficial deste Carnaval 2015 a musica Bagaceira do grande músico e compositor Siba.

    Vale a pena escutar esta música e cair na folia.

    Bagaceira
    Por Siba

    Dei uma piruêta
    Pulei do portão pra fora
    Depois soltei meu grito :
    " ou vai, ou racha ou se tora !"
    Na rua eu faço passo
    Da canela fazer nó
    Se o pé formar um calo
    Pulo de uma perna só
    Avise ao pessoal
    Que eu não estou normal
    Pode acabar-se o mundo
    Vou brincar meu carnaval

    Não quero fantasia
    Vou me vestir como der
    Num dia eu melo a cara
    No outro eu vou de mulher
    Pra enganar a fome
    Não quero espeto da praça
    Dou um chupão num gellys
    E o tira-gosto é cachaça
    Que eu não fico legal
    Com `agua mineral
    Pode acabar-se o mundo
    Vou brincar meu carnaval

    Já no primeiro gole
    Vou ficando carrancudo
    Viro um bêbado valente
    Que não aguenta cascudo
    Chamaram um camburão
    Pra acabar com a brincadeira
    Porém só adianta
    Me prender na quarta-feira
    Senhor policial
    Reserve um chá de pau
    Pode acabar-se o mundo
    Vou brincar meu carnaval

    No fim da bagaceira
    Minha vista escureceu
    Se alguém souber meu nome
    Diga pra mim quem sou eu
    Vou dormir na calçada
    Abraçado a um cachorro
    Pra uma alma sebosa
    Me levar carteira e gorro
    E ainda se dá mal
    Pois não tem um real
    Pode acabar-se o mundo
    Vou brincar meu carnaval