segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Resenha do FLA x FLU


Neste momento, madrugada de segunda-feira, eu poderia dizer que o Rio de Janeiro está vivendo um momento de euforia jornalística. Sim, pois nem o mais confiante editor-chefe da imprensa escrita poderia prever o que foi o clássico FLA-FLU dessa rodada.

Futebol vende jornal. E um jogo vencido pelo clube de maior torcida do Brasil, sobre um dos seus principais adversários diretos - ou seja, um tradicional clube da mesma cidade, que permite que a sacanagem e o sarro dos vitoriosos sobre os vencidos sejam muito mais fortes - produz um efeito avassalador em cima das bancas de jornais.

Homem de pouca fé, confesso, não fui assistir o jogo no Maracanã. O último resultado de minha equipe de coração sobre o Friburguense minou minha animação para tal evento. Acabei adormecendo enquanto a cidade - ou pelo menos parte dela - se preparava para a peleja. Ao acordar, já às 18h15, preferi me encaminhar para o ensaio do bloco Segura pra não cair, que este ano faz uma homenagem ao mestre Aldir Blanc.

Chegando ao local, a primeira notícia: Fluminense 3x1. "É, vai dar o favorito", pensei. Com um sentimento de resignação, tentei espantar o desgosto de quem iria perder um importante clássico. Mas eis que um dos puxadores do bloco anuncia: "3x3" e, logo depois, "Flamengo 4 x Fluminense 3". Demais para ser verdade, liguei para confirmar o resultado com meu amigo Fred, que estava de molho em casa, vítima de uma intoxicação alimentar que não o deixara fugir do compromisso de pelo menos acompanhar o jogo.

Acabei de ver o VT completo no canal SPORTV. Se o Fluminsne era realmente o favorito, esqueceram de avisar ao Flamengo e, principalmente ao Felipe, grande maestro da vitória rubro-negra. Quem viu o jogo pôde perceber que o domínio ficou com a equipe da Gávea, embora saiba que, no futebol, isso não seja garantia de vitória. Por isso não concordei com o comentarista da SPORTV que disse: "com o Romário fora, o jogo mudou completamente". É claro que não estou aqui desprezando a atuação do baixinho. Confesso que o lance do primeiro gol tricolor me pareceu uma jogada mágica do Romário, mesmo tendo passado facilmente pelo zagueiro Júnior Baiano. Mas, com a saída do centro-avante do Fluminense, a partida continuou como no primeiro tempo, ou seja, com o Flamengo tendo maior volume de jogo.

É preciso também ressaltar a presença de espírito do lateral-esquerdo Roger. Após uma partida ruim contra a equipe de Nova Friburgo, o jogador obteve a confiança da equipe técnica e fez por merecê-la. Afinal, dois gols em um grande clássico não é para qualquer um. Mesmo para Romário. Aliás, na minha modesta opinião, o segundo gol do camisa 11 tricolor nasceu de um pênalti que não existiu.

Quatro para o Flamengo, três para o Fluminense. Para a totalidade do Campeonato Estadual isso pode não significar muita coisa. Pode até ser que, em vista das boas contratações feitas pelo Fluminense, este venha se sagrar campeão, ficando o Flamengo pelo meio do caminho. Mas esta rodada valeu para confirmar uma velha máxima do futebol. Batida, porém verdadeira: "em clássico, não há favorito". Ah, sim! Mais uma coisinha. Um conselho para a torcida tricolor. Não se grita Olé quando a partida ainda não está garantida!

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