sexta-feira, novembro 19, 2004

O Amanhã


Por Renato Motta

No alvorecer da manhã,
Até a sua madrugada, os Deuses e Orixás irão se curvar:
A natureza e os passaros irão se lembrar
De Norte a Sul, os tambores irão soar, ressonar
Num acalanto, na força de luta e de resistência...
E numa única voz, numa única batida, Zumbi
Palmares que ainda existe por todas as favelas do Brasil
E o surdo de uma escola de samba vai dar o seu tom melancólico
No Maracatu, a alfaia da nação vai chorar
E no Afoxé vai rufar o atabaque
Chora Nanã, Ogum e Oxossi se cumprimentam
Dança no Congo e no Jongo da Serrinha
Minhas lágrimas correm pra Iemanjá
O sangue dos navios negreiros
Que por séculos, irão ressurgir no mar
E a consciência negra vai despertar

Cadê você Zumbi!!!
Ta nos olhos daquele menino da favela.
Cadê você Zumbi!!!
Ta no negro fugido das balas perdidas
Cadê você Zumbi!!!
Ta na dança formosa daquela passista
Cadê você Zumbi!!!
Ta nas Raízes, do coração, do Brasil.

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