sexta-feira, dezembro 12, 2003

Aninversário de Noel com Sarau de Poesia




Ontem, dia 11 de dezembro foi o aniversário de Noel Rosa, e Leandro (professor de Informatica do CEACA-Vila) pôs na Praça um projeto que ele sonhava em realizar.

O I SARAU POÉTICO DO CEACA-VILA, teve como objetivo alimentar a alma com a poesia de poetas oriundos da Comunidade do Complexo dos Macacos em Vila Isabel.

O evento iniciou as 18h na Praça Barão de Drumond, e foi marcado por uma série de atividades.

A Oficina de Capoeira abriu as atividades e em seguida os poetas da comunidade começaram a se apresentar.

Destaque para a sensibilidade e lucidez de Seu Zé Luis e Dona Corina, poetas do projeto da Melhor Idade, que não sabem ler nem escrever, mas que são mestres quando o assunto é poesia, daquela que vem do coração.

A Escola Comunitária teve o cuidado de preparar trabalhos e exibir num telão historias sobre poesia, sobre poetas e sobre a comunidade incorporando tecnologia, e poesia.

Aproveitei o espaço e declamei três poemas. Foi maravilhoso. Depois o professor de violão fez um animado baile na praça, com sua viola. Tomei cerveja, bailei, declamei, assim como faria Noel, se estivesse presente.

O evento marcou tanto, que para março ou abril, estaremos organizando o II SARAU.

O Sarau Poético é produto do Projeto de Trabalho da Escola de Informática e Cidadania do Centro Comunitário, que estará responsável pela organização do segundo evento, com a união dos alunos e educadores.

A idéia final é que seja feito dois materiais a partir desse Sarau: um livro contando as Histórias de Vida dos poetas da comunidade e os seus ilustres poemas; além de um Vídeo Documentário sobre a vida e o cotidiano desses grandes poetas.

Depois fui pro Botequim, no BAR DO SEU ERNANI, me encontrar com meus amigos da SOCABA, porque o calor de 40 graus estava escaldante e não sou de ferro.

Conversa de botequim
Noel Rosa e Vadico

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
E um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro

Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente

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