sábado, setembro 16, 2006

Para onde foi o Bar Savoy?


Confirmei essa informação no texto de Uriano Mota, da revista eletronica La Insigna.

E foi isso mesmo! Estive em Recife na semana santa deste anno domini de 2006 percorrendo a Avenida Guararapes e procurando o Bar Savoy, as placas com trechos do poema de Carlos Pena Filho. Cade o Bar Savoy?

Não consigui encontrar sua sede, somente a Farmacia dos Pobres. Fui, voltei, retornei e nada. Cade o Bar onde os 30 copos de chopp e os 30.000 sonhos frustrados se concretizavam?

Ironico? Sim, a pobre memória de um periodo da vida social e cultural de Recife subistituida por uma farmacia dos pobres. Pobre... pobre história... vida que segue. Entre os medicamentos, os cosméticos estão por debaixo das paredes incrustradas de medicamentos, está a bohemia pernambucana

Carlos, sumiu o teu bar cativo e as memórias de tempos onde o centro de Recife borbulhava nas noites, nas insones da imaginação onde pintavas o Recife de Azul, a partir dos copos amarelados de chopp.

Só nos resta a memória! E memória fragil essa, dos saudosos, dos bohêmios, das vielas e da decadência crua do Coração de Recife. Seu centro! Só nos resta agora o poema de Carlos Pena Filho e a memória de sua fotografia em preto e branco:

"Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
tanto se foi transformando
que, agora às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim.
Nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra, amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.

Do livro: "Livro Geral", Ed. Póstuma, 2 ªed. 1999, PE

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