A solidão e o seu corpo
Por José Mário Rodrigues
Toda solidão tem o seu corpo
Às vezes apenas desejado
Às vezes apenas na lembrança
De um tempo ido e que ficou marcado
Toda solidão tem seu descanso
Sem o desassossego de pensar
Não repousa o corpo noutro corpo
Mas tem o sono para flutuar
Toda solidão é pesada e fria
E fica leve e se consome
E deixa cicatriz quando quer posse
E beija um copo sem saber seu nome.
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