quinta-feira, julho 25, 2002

Babilônia de Inverno


Nos próximos três dias as cidades históricas de Ouro Preto e Tiradentes se transformarão na sede de inverno da Sagrada Ordem dos Cavaleiros do Bar. Eu e meus confrades socabenses Chico Araripe, Everaldo, Pepinho, Cebola e Barbrão estaremos em Minas curtindo o Festival de Inverno. Desnecessário dizer que a bandalha será regada a muita cachaça e torresmim mineiro. A festa SOCABA quando termina!

Ê trem bão, sô!

quarta-feira, julho 24, 2002

Tudo começou quando....


Texto elaborado durante a oficina de leitura do Centro Luiz Freire.
Por Renato Motta


Tudo começou quando me perguntaram qual é realmente a origem do mundo, ou mesmo do universo. Sei não, tantas foram as influencias em minha vida que não sei ao certo se estou certo ou errado, mas não posso negar. Sou brasileiro e por isso tenho algumas certezas (eu acho).

Nascido e criado no Rio de Janeiro, urbanidade sempre presente e constante, mas uma paixão pela natureza, o mar, as estrelas, o luar....
Esses por sinal muito bem explicados e fundamentados pelo meu velho pai, conhecedor e dono supremo da verdade, aos olhos de criança, os meus - que até hoje estão presentes e são reflexo de minha realidade.

Ele, meu pai, com a sua formação em biologia, explicava-me, com um brilho nos olhos, o processo de fotossíntese, o comportamento animal e seus mimetismos, ou mesmo a origem da vida e do universo.

Átomo, explosão - um ato do átomo em re particularizar em partículas do universo infinito da grande explosão.

Ahhhhh, verdade essa, que nunca quis contestar, porque os indícios científicos são absolutos e nunca tive o mínimo de interesse de querer confirmar, até porque não sou um adepto de foguetórios, bombinhas, ou outros artifícios explosivos que o ser humano criou há muito tempo atrás, naquelas bandas orientais que hoje está convencionada como China.

Talvez isso reforce, inclusive, que durante a minha infância não gostava muito de ir ao Maracanã ver os jogos do Flamengo porque aquela barulheira me incomodava, assustava profundamente. São João então era terrível.

I tempo foi passando e o meu tempo de escola informava a todos da turma que era Ateu, e com a maior garantia do mundo, explanava sobre a origem da teoria do mundo.
Meus colegas mais versados em comunhões diversas, passavam a me bombardear e me empurrar por goela abaixo os princípios dogmáticos – A existência de Deus, do Céu, etc... – Que inferno (figurativo mesmo), meu sofrimento era intenso, quantas brigas tive. Algumas bastante exaltadas.

Na adolescência e fase adulta, comecei a amadurecer essas idéias, através da minha curiosidade. Resolvi que teria que conhecer algumas.
Fui a todas as igrejas ao meu alcance, mas devo que confessar que esse não era o centro de minhas prioridades, enquanto jovem.

Na Batista, curti as músicas, na Universal dramática, a católica (casamentos) era monótona, a Carismática longe de mim, na Umbanda não fui porque (devo confessar) tinha um medo terrível de um santo encasquetar comigo e resolver baixar em mim. Na Cardecista encontrei um ambiente harmônico, envolvendo explicações beirando o científico e o sobrenatural, com presença de espíritos de outros mundos, como acreditava neles, freqüentei algumas sessões.

O curso de história na UFRJ revirou minha cabeça e lá fui eu me identificar com as idéias de Marx e seus fundamentos de luta de classe, com a minha realidade, onde uma minoria, exclui a maioria, contribuindo para uma sociedade individualista, oprimidas pelo sistema, e a religião tendo o papel de alienar o povo – e promovendo o Pannis et Circencis

Enquanto isso, fui sendo alvo, de visitas na porta de minha casa, geralmente nos domingos às 8 da manhã, onde senhoras e jovens tentavam me convencer a comprar umas revistas que falavam de família, ou mesmo do apocalipse, do fim do mundo, etc... A função delas era me salvar.
Ouvia a tudo atento e com meus olhos inchados de sono da festa, do dia anterior. Alem disso às vezes inventava de debater e sempre recebia outros argumentos mais radicais sobre Deus. Nunca comprei nenhuma daquelas revistas, mas sempre ganhava uma delas. Acho que como premio de consolação por ter promovido um debate profundo sobre a minha condição de agnóstico. Revistas essas que nunca li.

Depois que vim para Pernambuco, tive contato com os povos indígenas, vendo toré, as danças, o sincretismo, as lutas, os ritos, a força de cada povo. Percebi que eu era carioca com avós gaúchos e uma bisavó Índia (minha mãe fala muito).
Talvez ela fosse bugrina ou seja, Guarany pela localização de Bagé, dos povos que povoaram o sul do Rio Grande do Sul e que sofreram barbaridades dos povos das missões religiosas jesuíticas, ou mesmo dos fazendeiros gaúchos que escravizaram esses povos, para a pecuária extensiva – ou charqueado.
Me identifiquei, sou índio, carioca. Alias Karioca.
Acho que quem criou o mundo foi Tupã
E que os encantados de luz nos protegem e os cavalheiros de Aruanda percorrem as matas de Ororubá.
Meu povo reza, canta, dança a Deus, Tupã, Jesus, Encantados de luz, aos caboclos em transe que estão trabalhando.
Sou índio, negro, branco, brasileiro, Karioka,
Sou Renato Motta.

A origem? Bom, acho que tudo começou quando Tupã lançou um raio, de uma grande explosão surgiram sistemas, galáxias, e dali os planetas.
A Terra, foi uma particularidade, um planeta que era magma, e que tinha um grande caldo fervente. Dali surgiram os primeiros seres vivos – depois protozoários, etc, etc, etc que dali foram evoluindo para mutações, répteis, mamíferos, macacos, homos erectus, etc,etc, Nas eras paleozóicas, mesozóica, de milhões de anos atrás.
Hoje os encantados de luz nos protegem, como o Tupã, ou Deus, ou Ogum, ou Alá ou qualquer que seja. Essas energias e crenças que regem as diversas vidas deste planeta.
A mim, bom eu mesmo é que não quero ver a origem... Porque é uma explosão tremenda.
FIM

terça-feira, julho 23, 2002

Inspiração



E por que escrevi tudo isso? Ora, a razão é óbvia! Como já comentaram lá no Baticum, o Renato tá a cara dos caboclos lá das bandas de Pernambuco. Renato Tapuio, para os íntimos!

A partir da foto, lembrei de Monteiro Lobato e seu Jeca Tatu. Sem indiretas, viu, meu confrade? ;-)

Um Homem de Consciência



Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

Mas João Teodoro acompanhava com aperto do coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

"Isto já foi muito melhor", dizia consigo. "Já teve três médicos bem bons - agora um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca
está se acabando..."


João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto
ou arranjo possível.


"É isso", deliberou lá por dentro. "Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui."

Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, se julgava
capaz de nada...


Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou seu cavalo magro e partiu.

- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

- Vou-me embora - respondeu o retirante. - Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

- Mas, como? Agora que você está delegado?

- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado eu não moro. Adeus.

E sumiu.

Monteiro Lobato,
Um homem de consciência,

In Cidades mortas, Brasiliense.

Pré-modernismo



Quem não conhece Monteiro Lobato? Quem nunca ouviu falar de Emília, Visconde de Sabugosa, Narizinho, Dona Benta e todo o pessoal do Sítio do Picapau Amarelo? Porém nem só de literatura infantil viveu Lobato. Muita gente não sabe, mas este paulista de Taubaté foi um grande escritor dos chamados "livros para adultos", e com a mesma genialidade que escrevia para as crianças.

Foi Zé Bento um dos primeiros a descobrir para o resto do Brasil um novo tipo brasileiro. Os pré-modernistas, como ficaram conhecidos, acreditavam que aquele antigo papo da escola literária romântica do "herói nacional", o mito indígena, estava ultrapassado. Tal definição só servia para mascarar as mazelas dos prórpios índios -- que estavam e ainda hoje estão muito longe do porte quase europeizado de Peri e Ceci -- e de grande parte da sociedade brasileira. Dizia Zé Bento:

Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva em beleza de alma e de corpo (...) O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismou-se de "CABOCLISMO".

Outras brigas foram compradas por Lobato. Fundou a primeira editora nacional, a Editora Monteiro Lobato & Cia. Mais tarde fundaria a Cia. Editora Nacional e, em 1944, a Editora Brasiliense.

Uma outra briga acabou lhe custando a liberdade. Escreveu um livro denúncia intitulado O Escândalo do Petróleo" no qual bradava aos quatro ventos:

O Petróleo é nosso! Os estrangeiros dominaram o petróleo assim como dominaram as finanças, o mercado do dinheiro. E assim como dominaram o dinheiro, dominaram também os governos. Há algo de podre no reino da Dinamarca!

Lobato acabou pagando por dizer verdades. Em 1941 foi preso e condenado pela ditadura de Getúlio Vargas a seis meses de prisão. Sete anos depois morreu em São Paulo, aos 66 anos.

A região do Vale do Paraíba inspirou o autor a escrever a obra "Cidades Mortas" e a criar o cabloco Jeca Tatu, representante de toda a classe "caboclista". Tal personagem, a princípio, era chamado pelo próprio Lobato de vagabundo e indolente. Só mais tarde é que toma consciência da realidade daquela população subnutrida, sem forças para trabalhar, marginalizada e sem acesso à cultura.

Do livro "Cidades Mortas" extraí um conto que mostra a maestria com que Monteiro Lobato se utilizava da pena para mostra seu ponto-de-vista. Segue no próximo post.

Babilônia

Todos podem comentar agora na Babilônia

segunda-feira, julho 22, 2002

Skincare


Tente passar por que estou passando
Pérola Negra te amo, te amo
Luiz Melodia


O marco zero de Recife, ficou pequeno para tanta gente que foi assistir o show patrocinado pelo Lux Skincare.
Tembém pudera, dentre as atrações, Luciana Melo, Luis Melodia, o fantástico Milton Nascimento e pra fechar com chave de ouro a o a mitológica Banda do Zé Pretinho com Jorge Benjor.
O público foi ao delírio com tantas Pérolas Negras da MPB.
Como Mestre de Cerimonia tivemos a presença da bela diva bacante de Isabel Filardis, que apenas deixou a desejar na apresentação (soava meio falso seu texto, mas soava verdadeiramente seu charme).
De qualquer forma, cerca de 30 mil pessoas devem ter assistido o evento.
Por sorte encontrei alguns amigos, babilonicos, como Beto Barraca e Paulo Alexandre.

3 Curiosidades
1) A praça foi palco para propaganda política, e PT saudações.
3) Nos arredores do evento, a promoção da noite, 2 cervejas Schin por 1,50. Mas era uma luta chegar até o local, tinha que enfrentar um maremoto de gente.
3) Réplica de um sabonete gigantesco a ar, o motor daquilo fazia tanto barulho que resolveram desinflar imediatamente. Provavelmente ordem de Milton. Valeu cara, aquilo atrapalhava horrores.
O resto era pura Babilonia.



Fotogênico



O irmão coruja Cláudio postou e eu não poderia deixar de publicar por aqui também. Eis a foto de nosso editor-chefe Renato, lá pela plagas de Pernambuco!

terça-feira, julho 16, 2002

Comente????


Eu sei, é péssimo.
Mas já se passou quase 3 meses e o comente desse blog Babilonico não funciona.
Deve ser ressaca, no minimo.
Babilonia, mas não tenho a minima ideia de como resolver esse problema.
Mas.... a Babilonia continua viva.
Sempre.

Noticias de Ribeirão
Coroinha já se encaminhou pro ENEH, o objetivo é detonar a marca histórica de Everaldo.
Coroinha quer virar lenda, mas nada supera Mestre Bizuim
Esse esteve no ENEH de 1987 e foi presença certa até o ENEH de 1996 em Salvador.
Diga aí Coroinha.... meta dificil né?

segunda-feira, julho 15, 2002

Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Olinda, Carmo, Renato, Male, 31-35!

quinta-feira, julho 11, 2002

PF prende um índio Xukuru



"Abre teus olhos curumim
Que o homem branco já vem te mostrar
O significado da palavra:
Fim
"

O povo Xukuru de Ororubá, um dos mais organizados e guerreiros, enfrentam fazendeiros da região de Pesqueira-PE, ligados a familias poderosas como a dos Maciel.

A policia Federal esta investigando o assassinato do Cacique Xicão e do líder Chico Quelé.

A Policia Federal resolveu prender um índio Xukuru. Na verdade é uma forma livrar a cara dos verdadeiros mandantes em cima de falsas apurações.

Segundo a coordenadora do Centro de Cultura Luiz Freire - e responsável pelo projeto Escola de Índios:
"Não se espantem se lerem no jornal que a PF prendeu um índio Xukuru suspeito do assassinato do Chico Quelé, a questão é que existe todo um movimento de criminalização da luta dos povos indígenas. É uma articulação grande, nacional, para que isso aconteça.
Eles não iam deixar barato a homologação da terra dos Xukuru.
"

Holomogação esta que custou caro, a vida do Cacique, da Liderança, de uma criança filha do pajé Zequinha e de um promotor de Justiça que defendia a causa indígena.

segunda-feira, julho 08, 2002

Torrencial I



Um temporal se inicia em Recife. O ponto de ônibus era pequeno para tanta gente que tentava se proteger de um banho inesperado.
Ouço de um passante:
Oxê.... o inverno começou visse.
Fiquei realmente espantado, coisa de quem é sulista, o calor é intenso aqui, e o que define o inverno é a quantidade de chuva.
Ainda irei me acostumar ao rigoroso inverno pernambucano molhado.

Torrencial II


Lembro de Itaipava, carnaval, com meus confrades da SOCABA lá no sul do Espirito Santo. Fernando com um guarda sol imenso indo para o meio da chuva.
Everaldo e Mauro, em gesto de reprovação, condenam o pobre:
- O que é o vício, indo comprar cigarro na padaria, no meio dessa chuva toda, embaixo de um guarda sol ridículo, o vicio é uma merda.
Mais tarde Fernando volta, para pegar um casaco. Everaldo e Mauro perguntam:
Comprou o seu cigarro? - que responde responde:
Não fui apenas ver se tinha cerveja.- Everaldo retruca:
E está gelada?
Sim - responde Fernando
Resultado: Fernando, Mauro e Everaldo embaixo do guarda sol ridículo indo pra padaria tomar mais umas cervejas. Quase uma grade foi o resultado da investida.

Moral dessa história nesse momento, aqui em Olinda.
1) Esta chovendo muito aqui
2)Combinei com meus de me encontrar no bar Marola, para comer um arrumadinho e tomar umas cervejas.
3)Essas serão em homenagem aos meus confrades.

domingo, julho 07, 2002

Oswaldo Cruz e o Trem do Samba



Que maravilha, Renato, saber que aí em Pernambuco existe o Trem do Forró, expressão maravilhosa da alma nordestina. Quando li seu poema, senti o impulso de escrever também algo sobre o similar do Samba, aqui da nossa terrinha. Mas lembrei que este poema já havia sido escrito. É de autoria de Marquinhos de Oswaldo Cruz e Carlos Bezerra e você deve lembrar. Fala da décima sexta estação do trem do ramal da Central do Brasil, o bairro de Oswaldo Cruz, ponto final do Trem do Samba aqui no Rio de Janeiro. Afie a agulha da lembrança e coloque esse disco pra tocar na vitrola do seu coração!

O que os olhos não podem ver

um velho banco,
antiga estação
eu vou sentindo
o que os olhos não podem ver
nesta marmita
eu carrego os meus versos
que alimentam
de emoção meu dia a dia
mas é que hoje
acordei bem mais sambista
ao me lembrar
de muitos sambas que ouvi
a velha guarda resistindo com poesia
fazendo sambas
que desafiam a lógica
oswaldo cruz,
num subúrbio instalado
com sua calma,
dissonantes botequins
os seus segredos:
locomotivas que passam
e um sambista
na lapela um lírio azul
são canções e desejos variantes
uma beleza que o rio desconhece
eu peço a deus
que me dê saúde e luz
e sobre tempo
pra iluminar oswaldo cruz

segunda-feira, julho 01, 2002

E porque não fazer um poema?

Trem do Forró



Por Renato Motta

Tem forró no trem do forró
Que aponta noite adentro
Vai de cabo à rabo
Cabo, que acabo pedindo licença
Espichado pelo Recife do Marco
Alongado no xote do trilho
Ritmo do apito da zabumba

Tem forró no trem do forró
Folguedo matuto
O bom do bumbo de pífano
Lados em que as cidades passam
Sem pressa, ou vontade de chegar

Ritmos e sons
Percorrem por entre os vagões
Nos braços das linhas
Do que um dia
Já se foi em Pernambuco
Pela linha vazia
De um trem.....
Que hoje não tem mais.