domingo, julho 07, 2002

Oswaldo Cruz e o Trem do Samba



Que maravilha, Renato, saber que aí em Pernambuco existe o Trem do Forró, expressão maravilhosa da alma nordestina. Quando li seu poema, senti o impulso de escrever também algo sobre o similar do Samba, aqui da nossa terrinha. Mas lembrei que este poema já havia sido escrito. É de autoria de Marquinhos de Oswaldo Cruz e Carlos Bezerra e você deve lembrar. Fala da décima sexta estação do trem do ramal da Central do Brasil, o bairro de Oswaldo Cruz, ponto final do Trem do Samba aqui no Rio de Janeiro. Afie a agulha da lembrança e coloque esse disco pra tocar na vitrola do seu coração!

O que os olhos não podem ver

um velho banco,
antiga estação
eu vou sentindo
o que os olhos não podem ver
nesta marmita
eu carrego os meus versos
que alimentam
de emoção meu dia a dia
mas é que hoje
acordei bem mais sambista
ao me lembrar
de muitos sambas que ouvi
a velha guarda resistindo com poesia
fazendo sambas
que desafiam a lógica
oswaldo cruz,
num subúrbio instalado
com sua calma,
dissonantes botequins
os seus segredos:
locomotivas que passam
e um sambista
na lapela um lírio azul
são canções e desejos variantes
uma beleza que o rio desconhece
eu peço a deus
que me dê saúde e luz
e sobre tempo
pra iluminar oswaldo cruz

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