quarta-feira, dezembro 25, 2002

Feliz Babilôna II


Coluna do Carlos Alberto Teixeira no caderno de Informatica do GLOBO

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Será que essa coisa de dar e receber presentes no Natal é algo que sempre existiu? Teria sempre havido esta crua conotação comercial cercando a data? A resposta é um sonoro NÃO, mas precisamos voltar bastante no tempo para encontrar as raízes disso tudo.
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Passou a haver trocas de presentes entre as famílias, atitude inspirada no suposto gesto dos Três Reis Magos e, quando se davam lembrancinhas aos mais pobres, o ato assumiu novos ares, passando a denotar uma atitude de caridade. Isso causou um forte impacto que só fez reforçar a fúria pelo consumo. E aí entrou em cena a imagem de São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, que deu origem ao “Santa Klaus” americano, vulgo Papai Noel. Até 1930, o bom velhinho era representado com roupas comuns, até que a Coca-Cola resolveu vesti-lo com um traje vermelho, dando a ele este visual rechonchudo, barbudo e grisalho que é hoje mundialmente conhecido. Sem falar no irritante e onipresente “Ho, ho, ho” que sazonalmente enche o saco de nove entre dez humanos não anestesiados. Papai Noel é, portanto, obra de uma multinacional, pronto, tá dito. E o Natal acabou virando este sonho capitalista que hoje se realiza também através de fibra óptica e que não mais constitui qualquer ameaça aos poderes estabelecidos, aliás, muito pelo contrário, só os fortalece. A autoridade hoje se preserva por trás dos conceitos de hierarquia e prosperidade.
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Veja na integra esse texto na coluna do CAT

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