quarta-feira, outubro 01, 2025

Espera

De Renato Motta

Na ante sala do consultório gelado 
A antítese de sentimentos.  
Silêncio 
Cortado, pelo desejo fugaz 
Ao som estridente de um telemóvel 
Constatar a antimatéria congelada 
Por dentre os olhares perdidos 
Encontrados pelos tons "bip-bip" 
De um painel negro intacto. 

No antebraço da cadeira estática 
A dor em desejos contidos 
Murmúrios 
Palavras silibadas, 
Recortadas por dentre os dentes 
Emitidas pelas múltiplas ordens 
Remetidas ao limite da agonia 
E assim vai deixando o espaço 
Fincando, no tempo da espera 
A profunda expressão de um vazio

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