terça-feira, fevereiro 19, 2008

Cinelândia 2008



Minha observação é como uma grande panorâmica de um cinemascope e sua grande angular... Grade angular.

Recorto as cenas em quadros que passam por mim, dou closes em olhares, giro a minha retina fotográfica em versões e diversões imaginárias.

Imagens recortadas por meu tempo.

As palavras vão brotando em sons das cenas captadas quadro a quadro pelo meu cérebro ávido por penetrar nestas diversas realidades.

Vou caminhando para o Largo da Carioca em passos largos, apressados em chegar a lugar nenhum.

Passo a questionar o tempo cartesiano que tentam me inputar, em rodar no meu processador real. Amputado minha real noção do espaço.

Observo que estou em um grande cenário real, um pano de fundo com ausências e grandes prédios ao fundo.
O que seria deste tempo e espaço?
O que será de mim?

Neste cenário uniforme começo a reparar o mosaico de mundos que se sobrepõe:
Mundo efêmero...
Mundo subterrâneo...
Mundo soberbo...
Mundo das artes...
Terceiro Mundo!!!

Eles passam agora, em minha frente

Cada um com sua dinâmica, cada qual com sua lógica, cada mundo com sua órbita.

Passo a compreender melhor Ítalo Calvino!
Berro:
- Não sou um Calvinista!!!

Aviões cruzam o céu do Rio de Janeiro,
em minha frente um menino descalço no meio da noite,
negro,
brinca com seu saco no respiradouro no Metrô da Carioca.
Quanta similaridade.

Me pergunto se num futuro não tão distante, vão recuperar estas minhas informações desconexas.
Quanta pretensão!!!

Paro para urinar em num poste do século passado.
A praça??? Qual praça que não me recordo de nada, mas está lá o poste do século passado contrastando com um possível futuro.

Meu futuro inimaginaginável!!!

Entro na Rua da Carioca e vejo as Casas Bahia, dentro da casa Tupy.
O que devia ser a casa Tupy?
Teremos a duvida?
Do que deverá ser a Casa Bahia da Carioca na casa Tupy?
Não sei
Definitivamente, não estarei aqui!!!

Eis que passa um 267 Linha Amarela. Saio correndo e deixo meus pensamentos ali pelos arredores da Cinelândia 2008.

Talvez os recupere num frio monitor branco de word!

O Mundo Saberá?
Ou o mundo acabará?
Quem viver, verá!!!!

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