domingo, junho 25, 2006

Ausências Juninas


Chegou a hora da fogueira!
É noite de São João...
O céu fica todo i1uminado
Fica o céu todo estrelado
Pintadinho de balão...
Pensando no caboclo a noite inteira
Também fica uma fogueira
Dentro do meu coração...

Quando eu era pequenino
De pé no chão
Eu cortava papel fino
Pra fazer balão...
E o balão ia subindo
Para o azul da imensidão...


- O que você esta fazendo em casa no São João? - Me pergunta indignado meu amigo de Pernambuco. Dei-me conta de que estavamos no final de semana em plena ebulição junina, lá pelo Nordeste.

Com certa tristeza tive que explicar que esta festa está cada vez mais restrita a região Nordeste e que nas capitais urbanas do Sudeste - em especifico o Rio de Janeiro - estão cada vez mais exacassas.

Uma pena, o São João era uma festa tipica aqui no Rio, lembro que neste período era o momento de irmos de uma festa para outra, colecionando beijos e paqueras. A programação era intensa. Tinha final de semana na Rua A, depois a festa da Itverava, depois no Gardenia, na Taquara, etc... Jacarepaguá era uma imensidão de festas juninas e julinas.

Esse quadro começa a mudar no início da década de 90 quando as tradicionais músicas juninas começaram a ser subsitituidos pelos pagodes, funks e melodies.

Simultaneamente os participantes começaram a se tornar mais agressivos, a paquera se tornou um verdadeiro ataque as meninas e moças com puxões de cabelos para chamar a atenção.

Soma-se aí a descaracterização dos vestimentos onde os caipiras foram gradativamente substituidos pelos urbanos comuns porque estar fantasiado de caipira começou a se tornar exótico.

Enfim, perdemos uma parte de nossa cultura, de nossa representação que agora acredito só haver no interior do estado ou comemorada de forma timida e pontual. Dentro de alguma universidade ou mesmo em locais isolados.

E a noite de São João ficou um pouco mais fria. Mas não estamos tão perdidos, nessa madrugada inteira ouvi fogos, provavelmente em homenagem ao santo casamenteiro.
Saudades destas festas.... como gostaria de estar em Arcoverde ou Caruaru ontem.

Mas Pernambuco hoje, é apenas um fragmento de minha memória daqui do Rio de Janeiro.

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