segunda-feira, setembro 02, 2024

Rita que também coloria Associações!

 

Foto da posse no Colegiado de Arquivos do CNPC em 2017

Todos sabem que participei do processo de elaboração da minuta do estatuto da AAPB e estive em João Pessoa algumas vezes, até a data histórica da assembleia que fundou a AAPB. Mas foi com a chegada de Rita São Paio à Paraíba que passei a fazer parte oficialmente da Associação. 

Nossa relação de amizade e divergências, foi construída na nossa participação no Fórum ARQUIFES em Fortaleza e no CNA no Ceará e no Colegiado de Arquivos do CNPC. 

Foi Rita que me convenceu, mesmo com todas as minhas negativas, em fazer parte de uma chapa da AAPB e ela não abria mão de minha participação. 

Acho que por conhecer meu perfil ela não desistiu de minha presença e conseguiu articular uma equipe de peso, para dar um "up" a uma associação devastada financeiramente, depois do CNA de 2008 em João Pessoa. Entrei e fiz parte da AAPB e do FNARQ em 2020. 

Mas ela só saiu do Ceará, quando conseguiu, junto com Marcela, Levi, Márcio, Monica e outros fundar a Arquiva-CE. Uma associação com sigla e nome completamente diferente das outras entidades, isso é muito a cara dela.

Rita ousou nos convidar para reconstruir a AAPB e recomeçar do zero, com a aprovação de um novo estatuto. Isso não é pouca coisa, e em meio a uma pandemia, em prol de uma Associação sem nenhum recurso. Mesmo morando e trabalhando em Pernambuco aceitei esse desafio.  

Se Rita coloriu os arquivos, ela pintou com capricho a AAPB e posso dizer que divergimos muitas vezes, mas acho que esse era um processo salutar, pois na divergência, aprendíamos mutuamente. Ela sobre a Rede ARQUIFES e eu sobre o Associativismo, AAB, ENARA e FNARQ. 

Rita era provocadora (como boa carioca que se preza) mas ao mesmo tempo fazia com aquele sorriso largo no rosto. Filha de militar foi estudante de arquivologia na UFF em plena ditadura militar, participou da fundação da extinta AAB e acreditava que o Associativismo era a salvação para tudo.  

Sua capacidade de tentar contornar as divergências, sobretudo para fortalecer a arquivologia, gerou um Grupo de Trabalho para pensar uma estrutura que pudesse englobar associações, Rede ARQUIFES em uma Federação ou uma Rede. 

Rita se uniu à Professora Katia Isabelli da UnB, que por ser docente da instituição, estruturou um Grupo de Pesquisa na Universidade de Brasília para pensar e discutir associativismo e Conselho Federal de Arquivologia. 

Quantos momentos ricos de trocas de ideias vivenciei com ela. Sentirei saudades daquela Rita que era combustível, para que eu entrasse nos seus sonhos e desejos de transformar, para melhor, a arquivologia. 

Descanse em paz minha amiga. Você fara falta no próximo CNA de Salvador.

- Rita, presente!!!

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