Dia Nacional do Samba
”Eu sou o samba,
A voz do morro, sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem leva a alegria, para milhões
De corações brasileiros.”
E não é que o poema de Zé Kéti tem razão!!! Me desculpem todas as maravilhosas expressões culturais brasileiras, mas se conhecemos a Argentina pelo tango, o jamaicano pelo reagge e os portugueses pelo fado, o Brasil é internacionalmente conhecido pelo samba.
E quando a gente pensa em samba, logo faz referencia ao seu berço – o Rio de Janeiro. Fruto da evolução do Lundu (tipicamente africano) com a modinha (de origem européia), o samba nasceu, cresceu e amadureceu em solo fluminense. Mas não pense o blogueiro que foi fácil, o samba foi muito marginalizado, como coisa de malandro, de vagabundo.
Era assim em Mangueira, feito dentro de casa, lá no morro, quase que escondido, logo depois da Macumba, da religiosidade afro-brasileira, praticado pelos incansáveis guerreiros e artistas negros na noite. Mas a repressão não dava trégua.
Tantas prisões, tantos murros, tanta perseguição, tantos violões silenciados, tambores destruídos... mas o samba não esmorece assim tão fácil – agonizou, gemeu, sofreu, mas resistiu bravamente –
“como um bravo almirante negro, que tinha a dignidade de um mestre sala - assim diz Aldir Blanc e João Bosco.
Hoje está vivo, no esplendor de sua glória praticado em tantas quadras do Brasil, em Grêmios Recreativos de Escolas de Samba. Salve o samba!!!
Tantas histórias e memórias não poderiam passar em branco e por decreto governamental ficou assim definido:
Hoje, dia 2 de dezembro, é o dia Nacional do Samba.
E no Rio de Janeiro, pra variar, tudo vira festa e celebração – coisas do povo carioca – e a programação é interessante.
Na Central do Brasil (o sugestivo nome da estação de trem, recai como uma cumplicidade para o evento popular), a partir das 18 horas tem o anual
Trem do Samba, donde partem algumas composições para a estação de Oswaldo Cruz, completas de pessoas ávidas a ouvir samba de raiz, dos blocos e monoblocos de samba da cidade. Um programa imperdível para o passante.
O trem vai deslizando pelo trilho e passando pela Estação Primeira de Mangueira e toma seu rumo ao bairro vizinho das co-irmãs Portela, Tradição, Império Serrano e outras mais.
Lá em Oswaldo Cruz, as rodas fazem e se desfazem durante entrando noite a dentro. E tudo isso, somente pelo preço da passagem comum da Super Via – 1,80. (evidente que não estou somando as bebidas e as comidas que serão consumidas)
Pra quem mora em Niterói - ou adjacências, e não quer sair do bairro, o G.R.E.S. Porto da Pedra vai promover a
Barca do Samba a partir das 18 horas saindo da estação de Niterói, sua bateria fará um show na Praça XV e depois retorna, fechando o evento.
E para abrir com chave de ouro, o dia 2 marca o lançamento do CD das Escolas de Samba do grupo especial. De fato, caro bloggueiro, estará aberto oficialmente o percurso para o Carnaval de 2005 na cidade – que apesar do desgaste de sua imagem, continua a ser Maravilhosa, cheiras de encantos mil!!!!
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