Morro do Macaco
Ontem, quando entrava na favela do Morro do Macaco, fui abordado por um moleque que portava uma pistola bem prateada, que de longe começou a gritar:
- Aí, tu vai pra onde? Que ta fazendo aqui?!!
Minha preocupação era ser firme, não gaguejar e ser direto.
- Pro Centro Comunitário, pro Centro Comunitário!
- Levanta a camisa, cumpadi!!
Neste momento o pistoleiro mirim já estava na minha frente e empunhava a arma como se tivesse brincando de polícia e ladrão, como fazia na minha infância.
Assustado, levantei a camisa e continuei andando, tudo esclarecido, e o guri se justificou:
- Isso é só rotina, tem que se acostumar!!!
Quando cruzei por eles, tive a sensação de que a qualquer momento poderia ser mirado e levar um tiro por trás.
Cheguei no CEACA, assustado, nervoso e tremendo mas com raiva deste episódio. Mas percebendo da importância do meu trabalho no Centro Comunitário. Pelo menos, vinte adolescentes não estão na mesma vida.
Estão no Projeto Esperança de Vida, comigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário