O relato de uma terça no Trem do Samba (é grandinho, mas vale a pena encarar - Todas as Fotos de Fernando Peixoto)
Marcado por encontros e desencontros mas principalmente por uma multidão que se comprimiu em 4 trens. O Trem do Samba foi divino, apertado, maravilhoso, cheio, lotado e cheio de histórias pitorescas que se espalham pelos diversos blogs que vi e bloggueiros que visitei. (Uma história que é repartida em diversos pontos de vista). Então vamos ao meu.
Antes de tudo, tenho que confessar que fui o único a estar com a camisa da SOCABA, mas meus confrades poderiam ter avisado, que eu iria com a branca, ou mesmo coma do Unidos do Anil. Afinal o calor não deu trégua. Mais além, até São Pedro ajudou pois a chuva deu um tempo e o sol apareceu só para o evento.
foto tirada dentro da estação Central do Brasil, momentos antes de embarcarmos
Cheguei as 17:30 em ponto e me postei em um local estratégico, do lado de fora da Central do Brasil, mas bem em frente ao palco onde o samba tava comendo solto. Uma maravilha, longe do tumulto, mas bem perto do som.
Ao meu lado uma ambulante vendia a Skol por R$=1.50. Falei pra ela:
- Daqui não saio, daqui ninguém me tira. - e enquanto esperava Everaldo, sentia o vento, a música e observava o contrate entre passantes (trabalhadores que saiam da labuta) e nós, os passistas que estavam ali somente pelo Trem Samba.
Não pude de deixar de prestar a atenção aos prédios do centro que compunham um belo quadro. Alias, a beleza do prédio da Central é um capítulo a parte, só no interior espaçoso, têm 4 painéis enormes e lindos, com imagens da década de 60 do Rio, São Paulo, Minas e Brasília, já meio desbotados pelo tempo, de idos tempos onde o trem era o principal meio de locomoção dessa cidade.
Encontrei Kelly, Moniquinha, Lara, Sérgio Murilo, dentre outros amigos que não via a muito tempo. Reconheci um cara, mas cismei que o nome dele é Arísio (minha mania de dar esses vexames, cismar que é uma pessoa e insistir até o fim). Mas nada que comprometesse.
Assim que entrei na estação, paguei a passagem, lá estava Fred Bittencourt (Pimpão), com uma cara de cachorro quando cai da mudança, com um celular em punho, me dizendo que o pessoal ainda tava lá fora...
Resultado: saímos da estação, e eu só pensando em uma latinha desperdiçada. Droga!!! Mas beleza, contornamos e lá estavam Cristiano, Suzana, Fernando (Comandante), Carlinhos (Geléia) e Roberta.
Lá pras 18:00 entramos na estação, vi o flautista e compositor Candogueiro que me deu um forte abraço. Lembramos, saudosos, do antigo projeto Roda de Samba no Museu da Imagem do Som que acabou faz tempo (eu trabalhava como assistente da produção e conheci esse povo todo do samba).
Lá pelas tantas fomos para a estação entrar em algum vagão e...e ..e pronto, me distraí e me perdi de todo mundo, de novo.
Entrei no primeiro vagão e vi Lara. Não satisfeito resolvi passar prum outro, foi quando entrou o pessoal do Império Serrano e abarrotou o vagão. Fiquei mais apertado que uma sardinha em lata. Mas tenho que confessar que foi providencial e perfeito.
Acabei conhecendo, por muita coincidência, as meninas
Fubangas. Muito, samba, suor, cerveja, e uns sacolejos providenciais. Parafraseando Caetano "Atrás do trem do samba só não vai quem já morreu".
Bom, pulemos essa parte, cheguei em Oswaldo Cruz e a imagem era de dar pânico: milhões de pessoas na plataforma tendo que subir por uma passarela. Mas o pior era descer, quase que fui empurrado escadaria a baixo.
Era impressionante o formigueiro humano do alto da passarela. Consegui sair ileso, mas tive que encarar outra multidão em frente ao palco principal.
Uma das rodas de samba que rolou, essa, do outro lado da estação
Assim que passei pude ver um pouco da apresentação de Nelson Sargento e a Velha Guarda da Mangueira. Espetacular, mas era impossível ficar, até porque ainda me encontrava sozinho. Muitas rodas de samba, muita gente, pensei: - Hei de encontra-los. Mas antes, tomarei uma cerveja.
Bom, lá na ultima praça tinha um quiosque com preços razoáveis, comprei uma garrafa, sentei no chão e torci para que alguém aparecesse. Depois de ter tomado a gelada sozinho, fui procurar meus amigos. No meio da multidão vejo uma cara conhecida.
Era uma menina que conheci na Secretaria de Habitação da Prefeitura do Rio e como tenho memória visual boa, foi fácil lembrar dela, mas cadê de lembrar o nome?
Vez em quando, passo no seu Blog,
Como Ser Solteira no Rio de Janeiro, na qual narra a saga dela pelo Rio, sempre na perspectiva de um dia encontrar o homem de sua vida que ela inventou na sigla HDMV.
Pobre da moça, como raspei meu cavanhaque, ela não me reconheceu mesmo. Vejam, nas palavras dela, como eu a assustei:
Quando estava saindo da Roda de Samba : UMA CENA HILÁRIA 2
Um sujeito começa a falar -OI, OI, OI... pra mim.. e eu nem tchum... aí ele me puxa pelo braço .."OI! Eu te conheço! Você trabalha lá na Prefeitura! "
Eu (achando que o conhecia e tinha me esquecido fico sem graça e digo): Oiii... tudo bom???..(como se tivesse lembrado!)
Ele vira e diz : Poxa.. leio seu blog todo dia !!! E aí Comosersolteira? ..vai encontrar o seu HDMV hoje?
Eu respondo: Não ...(atônita) eu to indo embora....... (agora indo embora apavorada!)
Como assim?????? Fui reconhecida na rua???? .
Relato de Mariana no Blogue Como Ser Solteira
Só depois desse rápido diálogo, pensando que ela tinha me reconhecido, e andando na direção oposta é que lembrei que o nome dela é: Mariana. Coisas que só acontecem comigo.
Mais a frente encontrei Fernando, depois Everaldo, a
Socaba e as
Fubangas vez em quando. Haja fôlego para a aquela noite, porque mais tarde, fomos para o outro lado da estação onde o samba rolava. Todas as cervejas tinham minguado, desaparecido e eu ficando cada vez mais embriagado. A ponto de chegar pro Marquinhos de Oswaldo Cruz, me apresentar e dar os parabéns pela grande festa do samba.
No final da madruga, somente eu, Geléia e Fred. Alias, Carlinhos tava animado e enchia constantemente meu copo de cerveja, numa das últimas e derradeiras rodas de samba e eu pedindo arrêgo.
Resolvemos ir embora. Nada de ônibus, passou uma Kombi e me meti pra Cascadura sem nem ter tempo de despedir de Geléia e Bolinho. De lá outra condução pro Anil e pronto, assim fui chegando em casa, morrendo de sono e lutando pra não desmaiar na Kombi e acordar no Rio das Pedras.
Na foto superior da esquerda - eu, Fernando, Suzana, Roberta, Fred e Cristiano, do lado a velha guarda da Portela, em baixo Nelson Sargento e a velha guarda da Mangueira e do lado roda de samba
O saldo foi positivo, Oswaldo Cruz ficou pequeno, o samba foi cantado e eu agora só tenho uma certeza. Que venha o ano que vem... Que vou pro trem do samba...
O resto?!! Foi uma grande ressaca no dia seguinte. Numa quarta feira onde eu estava em cinzas.
PS: Mais informaçoes do trem do samba no fotolog de Fernando:
Samba etc...