Já é Natal na Leader Magazine e o meu humor também demonstra claramente que a época de Noel chegou. Falo mais besteiras do que nunca (para disfarçar uma pontinha de tristeza), a vontade de ir para a rua é cada vez maior, enquanto a de ficar em casa é inversamente proporcional. Definitivamente, não gosto de Natal. Mas esse ano tem algo diferente. Estou um pouco mais a vontade. Já não sinto que vou chorar só de ouvir uma musiquinha natalina nem tenho mais o ímpeto de dizer a todas as crianças que encontro que Papai Noel nunca existiu e que, acreditar neste velho, é uma grande besteira. Até pensei em comprar uma árvore de Natal para meu novo apartamento e decorá-la com meu sobrinho Lucas. Ainda não desisti da idéia, mas também não a coloquei em prática. Bom, de qualquer forma, só de ter pensado acho que já é um bom sinal...
E por que essa mudança? Talvez porque eu tenha descoberto, com os últimos natais passados na casa da minha avó, que a festa do dia 24 pode ser divertida. E como ela é divertida naquela casa de loucos... O nascimento da minha sobrinha Ana Luísa, certamente, contribuiu e muito para eu mudar um pouco de opinião. Uma criança descobrindo o mundo é sempre motivo de alegria, em qualquer época do ano. Mas a principal razão descobri agora, enquanto escrevo este texto: eu mudei. Mudei com as pessoas. Hoje sei olhar para os olhos de um amigo e dizer "Eu te amo", consigo expressar melhor o que eu sinto e já não tento esconder meu lado manteiga-derretida. Consigo ligar para alguém só para dizer "oi" e saber como está, sei dizer que estava preocupada e que por isso liguei, só por isso. Já não tenho tanta vergonha de ser sentimentalóide e aprendi a ouvir as pessoas dizerem que gostam de mim. Antes, ficava incomodada com toda essa confraternização de dezembro porque não sabia dizer para as pessoas o quanto havia ficado feliz em tê-las por perto naquele ano, porque ficava sem jeito de dizer que as amava e que elas eram importantes para mim. Aos poucos, aprendi a dizer, escrever e, principalmente, demonstrar tudo isso. A amizade é o que há de mais importante para mim e, hoje, acho que já sei demonstrar isso. Ainda tenho muitas dificuldades, inúmeras, "deversas", como dizemos aqui no jornal. Mas estou caminhando... E a cada Natal vou ficando um pouquinho melhor na arte dos relacionamentos. Feliz Natal para vocês todos!
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