Gênesis
A primeira vez que ouvi a palavra, no sentido de algo prazeroso, foi em 1995, na UERJ. Estava eu estreando no movimento estudantil, no Encontro Regional de Estudantes de História, quando conheci Rasputin. Baiano alto, sorriso no rosto, desses que você olha e já vai logo batendo a simpatia, saudava a todos da mesma maneira: Babilônia, irmão!
Não demorou muito e o bordão pegou: tudo aquilo que nos agradava, nos fazia feliz, era a mais completa babilônia. Ato contínuo, tratamos de propagar a expressão para os quatro cantos do Brasil. Um dos canais de divulgação era o batizado, evento tradicional de todo encontro.
Ah, os batizados... Perdi a conta de quantos copos de pinga tomei, sempre uma marca diferente. O alvo da cerimônia eram os novatos que, junto aos seus padrinhos – sempre um veterano em encontros – deveria repetir as frases em um ritual que findava com a ingestão completa e imediata do líquido alcoólico, tivesse ele a cor que tivesse... Presidindo a cerimônia, lá estavam vários dinossauros do movimento: Rasputin, Renato Motta, Rogério Coroinha, Everaldo, Carlinhos Geléia que, aos gritos de “babilônia, irmãos” vibravam com os novos adeptos.
Foi num desses batizados, no Encontro Fluminense de Estudantes de História em Campos, que conheci a Xiboquinha. Ao primeiro gole, com o paladar surpreendido pela novidade, torci o nariz. “Não, esse treco eu não bebo”. E fui ter com as latinhas de cerveja, velhas companheiras. Já na madruga, o de sempre: a cerva acabou, não sobrara uma gota pra molhar o beiço. Lembrei do líquido avermelhado, “a salvação” – pensei eu. Ao constatar as garrafas completamente vazias, passei a recolher os copos com restos de Xiboquinha que estavam espalhados pela faculdade. Decadência? Não. Babilônia!
Enfim a babilônia entrou na internet! Primeiro na forma de uma lista de discussão criada por mim e pelo Renato, que hoje conta com a participação de vários confrades babilônicos que mandam mensagens tratando dos mais diversos assuntos.
E agora ei-la aqui, posando de blog! Renato, lá de Pernambuco, não poderia deixar passar essa, né? Aliás, dos que eu conheço, esse carioca com ares pernambucanos é um dos que mais expressam a filosofia babilônica. Não fosse isso e não teria se jogado de Jacarepaguá lá pras bandas do nordeste. Uma pitada de aventura, uma porção de sons e ritmos, poesia, alegria a gosto e improviso de montão: ingredientes principais que transformam nossa vida na mais completa babilônia!
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