Poesia, contos, casos e histórias...
Babilônia pouca é bobagem
Caledoscópio de Renato Motta
sexta-feira, setembro 28, 2018
Luto pelo Museu
Por Renato Motta
Meu coração está luto.
O Museu Nacional morreu,
Lambeu
Na língua de fogo lasciva
Ato ignóbil, vil, usurpador
Daquele que se diz presidente
Deixando esse povo com a dor
Mas que sinto é ríspido e pungente
Que faleceu esse meu grande amor
As diversas paredes formosas
No palácio de puro esplendor
Encontrava-se tantos tesouros
Outrora residência do Imperador
Detalhes folheados a ouro
Múmias, da América e do Egito
Fósseis, animais em coleção
E que se foram, quase num rito
Da miséria de nossa nação
Já sinto saudades... Luzia
Meu marco do antepassado
Que foi novamente perdido
Seu osso, em chamas, assado
E o meu coração corroído
Por essa indigna nação
Que perdeu sua maior riqueza
A ciência que se produziu
Marcos, culturas e realeza
E que agora, com o fogo sumiu
E se houver esperança em ruína
De um Museu que era a minha casa
E na história que tudo se ensina
Sou anjo, tristeza sem asa
Na estrutura tão oca e sem vida
Agora é um neo Coliseu
Te olho, meu puro tormento
Em luto por ti, oh Museu
Que agora, no meu sentimento
Eu luto, por ti, meu Museu
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