- "Um Rato Ignóbil!!"
Logo que escutei a frase verbalizada de forma "inconforme", no instante fragmento do tempo em que passei pela estação do rádio, senti o calafrio de ser golpeado pela afiada peixeira da língua.
Língua que mingua, portuguesa, ferina e voraz, devorando em termos e frases ocultas o superlativo adjetivo da ira que não se aplaca pelo tempo.
Que se alimenta pelas entranhas do sistema e que se desdobra nos eixos de clamores pelo sangue, pela aniquilação, pelo espetáculo do Coliseu Romano.
Seja aqui, ali, seja alá... será?
Não há distinção deste mundo em ebulição aonde cada vez mais micros e macros se confundem, se comprimem ou se dilatam.
E o maniqueísmo do branco no preto, do preto no branco, do certo e do errado, da vida e da morte. Eles não permitem o cinza, o diferente, inviabilizando um possível não imaginado, A distensão da tensão humana é desintegrada por nossos formigueiros de intolerância e desprezo.
Quem são estes ratos ignóbeis se não todos os que estão no esgoto da contra cultura, nos apartamentos que apartam, destoam. Clamando pelo desfibramento da alma em postas fritas para o grande banquete.
E no limiar do desespero imposto pelos donos das vozes nas redes pelos nós do grande sistema.
O isolamento da sociedade esquece da máxima conhecida pelos ditos populares e trava língua:
"O rato roeu a roupa do rei de Roma!"
Texto inspirado pela proposta temática do blog UMA ESTRANHA NO LIVRO de Nina Marie
Um comentário:
Bonito, mas pessimista.
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