A 24ª Festa da Lavadeira

Não dá para descrever o significado da Festa da Lavadeira. É um momento mágico onde a manifestação popular ocupa literalmente o litoral sul exatamente na praia do Paiva a cerca de uns 20 kilometros do centro de Recife.

As manifestações da Festa da Lavadeira estão sendo acompanhadas pelo lado Babilônia neste minifundio virtual. As imagens captadas por Glaucia Dornellas conseguem traduzir as nuances coloridas desta festa.

Festa esta que pode ter sido a última, em função da especulação imobiliária e a construção da estrada e que habitam os romances de Jorge Amado ou de outros em que a velha dinamica do desenvolvimento desconfigura e joga no esquecimento as manifestações artísticas de um povo, de sua cultura, de seu tesouro.

Estive no Paiva ontem e de certo que o local já está bem modificado, cercado de arame. Mostram que a terra, o mar a natureza estão sendo apropriados.

Portanto estas imagens não somente um registro de uma festa, mas marca a resistência e a memória de um povo que querem apagar com as cercas.

O Céu e Palmeiras - Esse é o Paiva.



A 24ª Festa da Lavadeira.


Bonecos Gigantes


Renato Motta e Halisson


As tendas - frevo, suor e cerveja


O Maracatu


O Rei e a Rainha do Maracatu


O som frenético do Maracatu


A corte do Maracatu


A preparação para entrar no palco e os vestidos trabalhados


Entre o buscar aliviar o calor


E a pose para fotos


Apesar do calor, a alegria e a consagração



O Bloco passa e o povo vai atrás.



Detalhe da roupa do grupo de Maracatu Batuque de Mulheres


O todo do conjunto de Maracatu Batuque de Mulheres - a questão do gênero quebrando os tabus.



Calor


Depois da Nação Porto Rico, Alafim Oyó, Lia de Itamaracá, a noite fechou com o Show de Izaar.


More e Halisson no detalhe - acabou a 24ª Festa da Lavadeira.

Sou Rei para sonhar e curtir

Escutei a loira cantando aqui em casa, bem desafinadinha. Mas hoje descobri que essa musica do Natirus é linda e com a Claudinha Leitte ficou show.

Obrigado Imperador

Obrigado Imperador por ter voltado ao Rio de Janeiro, cidade que o esperava de braços abertos.

E a sua volta foi bem acolhida pelo clube mais querido do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo, aquele que te revelou para o mundo.

E os torcedores fizeram uma baita festa na sua chegada, lembra Adriano? Um Maracanã todinho rubro-negro com balões subindo. Ficamos muito felizes com o seu retorno pra casa.

E no Campeonato Brasileiro pudemos ver seus dribles, sua força, sua raça. Aquela raça rubro negra.


E o campeonato foi duro, mas você e toda a equipe nos colocou entre os 4 melhores clubes do Brasil.

O momento foi ímpar, reunindo os melhores jogadores do passado - Zico, Adilio, Nunes e o Andrade. Ele que esteve no clube como auxiliar foi contornando aquelas confusões, né? E deve ter sido uma honra ter participado daquela reunião com essas lendas do Flamengo.

E ai veio a ultima rodada, o titulo estava entre o São Paulo, Internacional e o Flamengo. Uma sensação que a muitos anos não sentíamos, uma possibilidade de sermos Hexacampeões.

E isso permitiu que a nossa torcida pudesse resgatar a mística de torcer pelo Mengão - Campeão Brasileiro.

E fomos campeões, na raça, no peito, na garra - Hexacampeões. Mostramos qual a torcida que fala mais alto. Era um fim de copa do mundo? Não!!! Era o Mengão Hexacampeão.

E o Jejum de quase 19 anos se encerrou em 2009. Torcedores espalhados pelo Brasil gritaram É CAMPEÃO.

Em todos os estados da Federação, uma Nação comemorou muito.

Infelizmente saímos da Libertadores mas de cabeça erguida, com honra de carregarmos no peito o escudo da CBF de Hexacampeão, e com a garra de termos feito uma partida em Santiago com garra, como o campão brasileiro de 2009.

Agora vem o Roma para você e a nós resta o agradecimento a as saudades que sentiremos. O Flamengo é a sua casa.
Boa Viagem Imperador.

Completou 30 anos

Hoje tive uma grande surpresa quando abri meu correio eletrônico do GMAIL.

A pagina inicial estava representando o saudoso jogo do Atari - Pac Man. Natural pois a equipe da empresa mais desejada para se trabalhar é bem criativa em termos de datas comemorativas.

Mas minha surpresa foi ainda maior quando descobri que aquele era o jogo Pac Man, dentro das letras do Google. Deu para matar as saudades e "pleiar" (como diriam os Mamonas Assassinas) em plena hora do almoço.

E descobrir que o joguinho do boneco come-come amarelo marcou uma época. A da geração de 80.

No Brasil a Atari demorou um pouco mais para ser popularizada, acho que tive meu primeiro quase na metade da década de 80, em 1983 ou 1984.

A novidade fazia com que visitássemos mais intensamente um amigo que tivesse o Atari.

Enfim, todos os videogames geralmente vinham com o cartucho do Pac-Man ou do Space Invaders.

Se viesse um, você aproveitava para ganhar ou comprar o outro.

Isso gerou um novo paradigma em termos de concepção de presentes de aniversários, as crianças passaram a receber os tais Cartuchos de Atari que dependendo do arsenal podiam ser trocados.

E quando o jogo não pegava? Haja paciência e disposição. Bom entre os prediletos estavam Pac-Man, Defender, Enduro e Space Invader. Depois vieram uns mais caprichados, Kaystone kapers, Jungle, Hero, dentre outros.

Enfim, o Pac-Man era o Clássico e a frase que podemos resumir:

O GOOGLE HOJE É FESTA PLOC.

Flamengo ontem

O Flamengo ontem mostrou raça, disposição, superação, vontade... mas foi eliminado pelo Universidad do Chile.

Teve chuva de objetos nos jogadores do Flamengo, teve dois penaltis não marcados, teve sumisso de gandula. Mas o Flamengo foi elminado...

O maior temos aconteceu, e fica o rumor do desmanche do time, e o que vai ser do Flamengo?

Só me resta reproduzir o Poema de Carlos Drummond de Andrade.

"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?...."

Lei Áurea - 13 de maio de 1888

Liberdade, Senhor,
Passava a noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia
O fim da tirania
Lá em Vila Rica

No dia 13 de maio comemora-se a Abolição da Escravatura no Brasil.

A palavra "abolir" significa acabar, eliminar, extinguir. A escravidão foi oficialmente extinta nesse dia por meio da Lei Áurea. "Áurea", por sua vez, quer dizer "de ouro" e - por aí - você pode imaginar o valor que se deu a essa lei, com toda a razão. Afinal, o trabalho escravo é uma prática desumana.

Numa economia agrária, latifundiária principalmente aqui no Nordeste, onde os senhores de engenho enriqueceram as custas do açucar amargo do suor e sangue dos escravos.

Assinado pela princesa Isabel, em 1888, o texto da Lei Áurea é curto e bastante objetivo, como você pode ver a seguir:

"A Princesa Imperial Regente, em Nome de Sua Majestade, o Imperador, o senhor dom Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e Ela sancionou a Lei seguinte:

Art. 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário."

Neste momento Lei se encontra exposta na cidade do Recife. Mas o tele-jornal local só mencionou a festa de Maria de Fátima.

A lei extinguiu certas práticas terríveis durante a escravidão, como podemos ver em um fragmento do regimento de 1633 que definia o significado do castigo.

O castigo é realizado por etapas: depois de bem açoitado, o senhor mandará picar o escravo com navalha ou faca que corte bem e dar-lhe com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na corrente, e sendo fêmea, será açoitada à guisa de baioneta dentro de casa com o mesmo açoite.

Outros castigos também eram utilizados: retalhamento dos fundilhos com faca e cauterização das fendas com cera quente; chicote em tripas de couro duro; a palmatória, uma argola de madeira parecida com uma mão para golpear as mãos dos escravos; o pelourinho, onde se dá o açoite: o escravo fica com as mãos presas ao alto e recebe lombadas de acordo com a infração cometida.

Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu

O Mestre sala dos Mares

Hoje foi lançado no porto de Recife o navio João Cândido.
Em homenagem segue a letra que fala da Revolta da Chibata - que ocorreu no Rio de Janeiro.

O Mestre-Sala dos Mares

João Bosco e Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos
Entre cantos e chibatas
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro gritava, então:

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........

Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
(Traduzir-se - Ferreira Gullar)

Festa da Lavadeira 2010

Hoje, 1 de maio de 2010 tem festa da lavadeira na praia do Paiva.
Em alguns minutos estarei partindo pra lá.