segunda-feira, outubro 10, 2005

Rumo a México - Muito além de Sol da novela América



Recebi um relatório de Ernesto Charpinel, estudante de história da UFES e um grande amigo da capital capixaba, que foi ao México participar do Encontro Latinoamericano de Estudantes de História. Vejam o drama e a influência americana neste país:

"A viagem transcorreu bem (havia 29 uruguaios no aviäo com destino ao III ELEH). Quando passamos por Guatemala, pudemos observar as formaçöes de nuvens responsáveis pelas tragédias que estäo acontecendo. Foi só tempo fechado até a Ciudad de México.

Pousamos com forte chuva e ficamos retidos na Imigraçäo, onde pudemos perceber como está a vigilância em relaçäo aos brasileiros no México (os EUA avançando). Cometemos um erro grave, que foi o de näo pegar o telefone do Juan Carlos, que iria nos receber no aeroporto.

Os policiais federais mexicanos näo acreditaram na nossa história (de que vinhamos fazer um trabalho e participar do Encontro latinoamericano) e nos deram voz de EXTRADIÇÃO. Nesse instante, eu e Marcio quase enlouquecemos e alegamos de tudo para não voltar ao Brasil.

Enquanto isso nossas bagagens já estavam sendo embarcadas de volta, no mesmo aviäo e Juan, que näo nos tinha visto sair da Imigraçäo já corria para tentar liberar-nos.
Nesse intervalo de tempo (2 horas em média) pudemos sentir a situaçäo porque estäo passando os brasileiros que vêm ao México visando chegar aos EUA.

Havia mais de 40 brasileiros detidos na Imigraçäo mexicana, divididos em dois cômodos fétidos e frios, dormindo como prisioneiros (eram trabalhadores rurais, camelôs, gente das periferias das grandes cidades brasileiras). Mesmo assim, ainda brincavam com os guardas (vigilantes) da Imigraçäo, a toda hora chamando-os de "Chaves", "Quico", "Seu Barriga", etc...

No final das contas, um senhor parecido com o Professor Girafales que, ao que nos parece era o delegado da polícia federal na Imigraçäo (pensamos assim porque ele era o único no local que näo respeitava o aviso de "NÄO FUME"... além dos brasileiros detidos, que fumavam às escondidas... ) acabou tomando novo depoimento nosso, acreditando na história e nos liberando da agonia, porém, era tarde demais.

Nossas bagagens já haviam retornado ao Brasil, e somente poderíamos reavê-las no dia seguinte, quando o vôo retornasse ao México... nada que uma passada no Supermercado (Wall Mart, que "quase näo existe" no México) para comprar cuecas (calçones, em espanhol) näo resolvesse.

Terminada a agonia, Juan nos encontrou no desembarque e nos levou, juntamente com três uruguaios à sua casa. no dia seguinte voltamos ao aeroporto e recuperamos as bagagens (e a cachaça que estava dentro...).

A capital do México é linda, já visitamos muitos pontos, mas o `país está totalmente vendido, e a movimentaçäo social encontr-se sem muitas saídas para a situaçáo. O mexicano sofre com o entreguismo em silêncio...

Amanhã seguimos para Taxco de Alarcón que, segundo nos comentaram alguns mexicanos, realmente se parece com Ouro Preto. Ficamos lá àté o dia 16 e depois voltamos à DF para o Trabalho que temos de realizar.

Na casa do Juan estamos nos reunindo à para tomar cerveja, cachaça e tequilla, e a cada momento a conversa melhora, com a chegada de guatemaltecos, de venezuelanos, uruguaios, mexicanos e dos adoradores de Jah...

Um abraço a todos... vamos tentar escrever de Taxco. Dizem que lá a utilizaçäo da internet é cara...

Ernesto


Esse é um dos reflexos do que a política Norte Americana tem feito com a América Latina.

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